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"Decisão absurda, tomada por 4 ministros investigados", diz Dallagnol

Ex-procurador foi punido pelo TCU por gastos com passagens e diárias na Lava Jato

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Dallagnol foi condenado pelo TCU
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O ex-procurador Deltan Dallagnol classificou como "absurda e política" a decisão do 2ª Câmara do Tribunal de Contas da União (TCU) que obriga devolução aos cofres públicos de quase R$ 3 milhões pagos em diárias e passagens durante a Operação Lava Jato. A punição atinge Deltan, o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o ex-procurador chefe do Paraná, João Vicente Beraldo Romão. Ainda cabe recurso. 

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"Foi uma decisão tomada por quatro ministros que foram delatados e investigados na Lava Jato, passando por cima de 14 manifestações técnicas de cinco diferentes instituições que disseram que todos os gastos foram regulares. Então o que a gente vê é um corpo de políticos", afirmou em entrevista exclusiva ao SBT News. Para o ex-procurador, a decisão do TCU é um recado perigoso para o futuro do combate à corrupção no Brasil.

"O TCU está dizendo o seguinte: não ousem combater os grandes corruptos poderosos no Brasil, porque a gente vai pendurar vocês numa forca", declarou Dallagnol.

O ex-procurador Dallagnol informou que vai entrar com um pedido de reconsideração, que leva o caso da 2ª Câmara para o plenário do TCU e que suspende os efeitos da decisão. Segundo ele, também é possível entrar com embargos de declaração. A defesa vai esperar a publicação do acórdão. 

Candidatura a deputado

Na entrevista, Dallagnol avaliou que a decisão do TCU não impede sua eventual candidatura a deputado federal. "Só se torna inelegível quem é condenado pelo Tribunal de Contas em decisão irrecorrível que não esteja suspensa pelo Judiciário. E contra essa decisão de hoje cabem recursos", ressaltou. 

Legado da Lava-Jato

Dallagnol avaliou que a Lava Jato deixa um legado positivo e que marca a história do combate à impunidade no país. Afirmou que, pela primeira vez, uma operação conseguiu recuperar R$ 15 bilhões para os cofres públicos e fazer um diagnóstico de como funciona a corrupção, e levantar soluções para o problema. Ele ressaltou que graças à operação, o Congresso Nacional discutiu medidas de combate à corrupção e ao crime. 

Indagado sobre eventuais arrependimentos, Dallagnol afirmou que, ao longo da Lava Jato, tomou decisões dentro da lei, dos princípios e regras, mas admitiu que "alguma coisa pode ser melhorada, tudo você pode fazer diferente".

O ex-coordenador da operação Lava Jato disse que não teme punições e, a despeito dos questionamentos sobre sua atuação, afirma que estariam "tentando fabricar fatos" contra os ex-integrantes da força-tarefa do Ministério Público. Veja a entrevista completa:

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