Padilha (PT) chama PEC dos Benefícios de "boca de urna"; veja vídeo
Ex-ministro de Lula e Dilma, deputado é um dos principais interlocutores da campanha do petista
Michel Medeiros
O deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) foi o entrevistado desta 5ª feira (7.jul), do programa Perspectivas. Na conversa com a jornalista Débora Bergamasco, o ex-ministro da Saúde comentou a chamada PEC dos Benefícios e apontou a proposta como "eleitoreira", tendo em vista o auxílio ter validade até o fim de 2022.
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O parlamentar acusou o presidente Jair Bolsonaro (PL) de usar o auxílio como uma espécie de "boca de urna" institucionalizada, tendo como único objetivo angariar votos. Padilha recordou que no início da pandemia de covid-19, o Partido dos Trabalhadores havia sugerido um auxílio emergencial de R$ 1.200 e, posteriormente, de R$ 600, em contrapartida a mensagem de R$ 400 encaminhada pela Presidência.
Na ocasião, Bolsonaro afirmou que a "proposta quebraria o Brasil". Para o ex-ministro, é preciso explicar de onde virão os recursos para custear a PEC e o motivo pelo qual não será contínua. De acordo com Padilha, a única "forma de manter esse benefício é eleger o presidente Lula".
Outra pauta debatida foi a Emenda Constitucional que garante o piso nacional da enfermagem. Alexandre Padilha voltou a defender o valor próximo a R$ 4 mil para profissionais de nível superior -- com escalonamentos para os de nível médio -- e acredita que a matéria possa ser votada nesta 5ª feira (7.jul) pelo Congresso Nacional. Para o ex-ministro da saúde, a pauta é uma grande conquista para enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem. "Esses profissionais foram verdadeiros heróis durante a pandemia", disse.
O deputado federal também destacou a importância de reindustrializar o país e de reduzir a desigualdade social, sem deixar de crescer. Segundo Padilha, é preciso "união, coesão e experiência para tirar o país do buraco". O parlamentar complementou afirmando que Lula e Alckmin representam a melhor chance para reerguer o Brasil.
A alta da inflação e a redução do poder de compra também foram apontados como problemas a serem enfrentados. "Bolsonaro deixou a inflação correr solta. Lula tem duas obsessões: combater a fome e a inflação", ponderou.
Sobre as críticas e ameaças ao processo eleitoral brasileiro, Alexandre Padilha disparou contra o chefe do Executivo: "Se Bolsonaro não reconhece o sistema, tem que renunciar". O deputado recordou que o modelo é confiável e que tanto o presidente quanto os filhos foram eleitos repetidas vezes por esse modelo.
Na área da saúde, o médico falou da retomada do programa Mais Médicos sob uma nova roupagem, com ampliação da participação de profissionais brasileiros. Padilha também destacou a importância do programa de vacinação e de ações de fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). O parlamentar adiantou a realização de um evento nacional sobre saúde, a ser realizado no dia 5 de agosto, em São Paulo, e que tem presença confirmada do ex-presidente Lula.
O ex-ministro dos governos Lula e Dilma Rousseff (PT) é apontado como um dos grandes articuladores da pré-campanha do candidato petista ao Palácio do Planalto, com forte interlocução entre os congressistas e o setor produtivo. Veja a íntegra da entrevista: