Psol vai pedir para o MP apurar situação eleitoral de Tarcísio
Presidente do partido afirma que ex-ministro não mora em SP, onde é pré-candidato ao governo
Anderson Scardoelli
Depois do ex-juiz Sergio Moro, outro político pode ter o seu domicílio eleitoral na mira das autoridades. Nesta 4ª feira (8.jun), o presidente nacional do Psol, Juliano Medeiros, avisou que irá acionar o Ministério Público contra Tarcísio de Freitas. De acordo com o dirigente partidário, o ex-ministro da Infraestrutura não reside em São Paulo, estado onde é pré-candidato a governador pelo Republicanos.
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"Vou pedir ao MP que abra uma apuração de irregularidade no cadastro eleitoral do ministro bolsonarista e candidato ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Ele não mora no estado", anunciou Medeiros em seu perfil no Twitter. "Se Moro foi impedido de concorrer, é preciso apurar se Tarcísio se encaixa no mesmo caso", prosseguiu, ao mencionar outro ex-integrante do governo liderado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).
Vou pedir ao MP que abra uma apuração de irregularidade no cadastro eleitoral do ministro bolsonarista e candidato ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Ele não mora no estado. Se Moro foi impedido de concorrer, é preciso apurar se Tarcísio se encaixa no mesmo caso.
? Juliano Medeiros (@julianopsol) June 8, 2022
Natural do Rio de Janeiro (RJ), Tarcísio Gomes de Freitas seguiu carreira como militar do Exército e, sem estar filiado a nenhum partido político, assumiu o Ministério de Infraestrutura no início da gestão Bolsonaro, em janeiro de 2019. Deixou a pasta em março, quando resolveu se filiar ao Republicanos de São Paulo. Desde então conta com o apoio público de Bolsonaro para se candidatar ao comando do governo paulista.
Caso Moro
O anúncio de que o Partido Socialismo e Liberdade (Psol) pretende pôr em xeque a condição eleitoral de Tarcísio de Freitas ocorre um dia após o ex-ministro e ex-juiz federal Sergio Moro sofrer um revés no mesmo sentido. Na 3ª feira (7.jun), o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) não validou a transferência de domicílio eleitoral. De acordo com a maioria do tribunal, ele não provou morar na capital paulista, conforme consta em sua ficha de filiação ao União Brasil. Antes, Moro estava filiado ao Podemos do Paraná.
Na visão de Alberto Rollo, advogado especialista em Direito Eleitoral ouvido pelo SBT News, a tendência é que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mantenha o entendimento do TRE contra Moro, que vinha se apresentando como pré-candidato ao Senado Federal.