Candidatura única será oficializada "em breve", dizem partidos da 3ª via
Em comunicado, MDB, PSDB e Cidadania chamam de "grave" a situação político-institucional do país
Em nota conjunta divulgada nesta 5ª feira (19.mai), MDB, PSDB e Cidadania -- partidos da chamada terceira via -- afirmam que "em breve" oficializarão sua candidatura única para as eleições de 2022, à qual se referem como "competitiva, para vencer". O anúncio, inicialmente, estava previsto para 4ª feira (18.mai), mas foi adiado por causa das divergências do Partido da Social Democracia Brasileira.
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Publicamente, até o momento, o ex-governador de São Paulo, João Doria, e a senadora Simone Tebet (MS) são os presidenciáveis do PSDB/Cidadania e do MDB, respectivamente. Entretanto, nos bastidores, os presidentes nacionais delas -- Bruno Araújo, Roberto Freire e Baleia Rossi, responsáveis por assinar a nota desta 5ª -- escolheram Tebet para ser a única candidata. Conforme apurou o SBT News ainda, eles farão o anúncio oficial no dia 24 de maio.
Na nota conjunta divulgada nesta 5ª, as siglas relembram declarações de Doria e Tebet que demonstrariam uma compreensão, por parte dos políticos, de que as siglas estavam "tratando de algo maior do que uma escolha partidária". No caso de Doria, é citada, por exemplo, uma fala do dia 23 de março, proferida em um evento empresarial: "Em nenhuma dessas reuniões houve qualquer colocação, de qualquer partido e de qualquer candidato no sentido de que a prerrogativa fosse seu nome ou seu partido. O mais importante é a defesa do Brasil e dos brasileiros". Já no caso da senadora, foi incluída uma da última 2ª feira: "Estou nesse palanque de qualquer forma. Eu jogo em qualquer posição. Estou no banco de reserva, artilheira, centroavante, na defesa ou no gol. Vou estar no palanque do centro democrático por convicção de que a polarização está levando o Brasil para o abismo".
O comunicado acrescenta que, desde 2019, MDB, PSDB e Cidadania apresentam uma união de propósitos. Naquele ano, junto com o antigo DEM, teriam lutado "para preservar a independência do Congresso Nacional diante das ameaças às instituições democráticas". Posteriormente, essa união teria sido observada também "nas eleições municipais de 2020 com alianças fortes - como a que elegeu Bruno Covas e Ricardo Nunes em São Paulo - e pela eleição para a Presidência da Câmara dos Deputados no início de 2021".
Já em dezembro de 2021, fala a nota, em reunião na casa do ex-presidente Michel Temer (MDB), em São Paulo, na qual estiveram presentes Baleia Rossi, Bruno Araújo, Doria e o então vice-governador paulista, Rodrigo Garcia (PSDB), os partidos começaram a discutir a formação de uma chapa única para a corrida presidencial. "Essa possibilidade de acordo envolveu outros encontros, várias reuniões promovidas na residência do pré-candidato João Doria, com a presença dos partidos da aliança, e foi bastante celebrada tanto por lideranças partidárias quanto pelas já colocadas pré-candidaturas - além de Doria e Simone Tebet, e o União Brasil, até então participante do entendimento", completam as siglas.
No comunicado, elas classificam as situações político-institucional e econômico-social do país como "graves" e se dizem convictas de que é "fundamental" terem propostas comuns para mudar o Brasil. "Propostas que deram e continuam apresentando resultados positivos em governos com a nossa participação. Estamos também convictos de que isso só pode ser feito a partir de uma aliança partidária, representada, sim, por um nome, mas sobretudo, pelo desejo de lutar por um Brasil melhor para todos os brasileiros", pontuam.
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