Braga Netto deve se filiar ao PL em evento "festa" para Bolsonaro
General está na reserva e precisa estar filiado a uma sigla até abril, para poder participar da chapa
O ministro da Defesa, general Braga Netto, deve confirmar no domingo, 27.mar, sua filiação ao Partido Liberal, seguindo os passos do presidente Jair Bolsonaro, que lançará no mesmo dia sua pré-candidatura à reeleição. Como é militar, havia uma corrente no Planalto que entendia que o ministro teria um prazo maior para decidir seu ingresso na política, até julho.
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No entanto, esse critério só valeria se Braga Netto não estivesse já na reserva do Exército. Por isso, ele terá que deixar o cargo e escolher uma sigla até o início de abril, como os demais ministros civis. A chamada desincompatibilização é o afastamento obrigatório de cargo público pelos integrantes da administração direta e indireta que queiram disputar uma eleição.
O presidente Jair Bolsonaro confidenciou aos aliados, que participaram de uma festa surpresa de seu aniversário, na tarde desta 2ª feira (21.mar), que o partido de Braga Netto será o PL e que eles irão oficializar a filiação no próximo domingo no ato que ocorre no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.
A escolha causa constrangimento entre setores dos militares da ativa que sempre usam o argumento da corrupção para rechaçar qualquer aproximação com o PL, que esteve na óribita do governo do ex-presidente Lula.
O Partido Liberal protagonizou junto com o Partido dos Trabalhadores, no primeiro mandato de Lula, o escândalo do Mensalão, esquema criado para comprar o apoio de parlamentares para votarem com o governo no Congresso Nacional.
Bolsonaro também havia afirmado, há a menos de 10 dias, que existiam vários candidatos a vaga de vice e que ele iria esperar mais tempo antes de revelar qual seria o escolhido. Isso mudou depois que houve a confirmação de que não adiantaria esperar porque Braga Netto teria que escolher um partido até 1º de abril.
Além disso, Bolsonaro nunca escondeu que preferia ter alguém de confiança para a vaga de vice. O presidente tem nos generais Braga Netto, Luiz Eduardo Ramos e Augusto Heleno os "fiéis escudeiros" e como eles não têm ambição na política não iriam aceitar qualquer articulação para tirar Bolsonaro do cargo caso o presidente seja reeleito e enfrente dificuldades para governar.