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Mais da metade dos favoritos nas capitais buscam apoio de Bolsonaro

Levantamento do SBT News levou em consideração o atual cenário, a partir de dados e análises

Mais da metade dos favoritos nas capitais buscam apoio de Bolsonaro
Mais da metade dos favoritos nas capitais buscam apoio de Bolsonaro
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Entre os candidatos com potencial de vitória às prefeituras das 26 capitais brasileiras, mais da metade deles vão tentar colar as campanhas à imagem do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). Levantamento do SBT News registrou mais de 156 nomes que disputam as urnas com mais chances de chegar ao segundo turno. Do total, 79 estão alinhados com o bolsonarismo, espalhados por ao menos 18 partidos, entre ideologias de centro e de direita.  

As siglas são: PSL, Avante, Cidadania, DC, MDB, Novo, Patriota, PL, Podemos, PP, Pros, PRTB, PSC, PSD, PTB, Republicanos, Solidariedade e PSDB. Foram analisados nomes baseados em pesquisas de intenção de votos e em conversas com interlocutores políticos das regiões. Não significa, contudo, que candidatos ainda sem tração possam despontar, assim como ocorreu nas eleições aos governos dos estados em 2018. 

Para especialistas, a tendência dessas eleições é que seja similar ao último pleito, em que "outsiders" e candidatos de partidos novos, desassociados da "velha política", se fortaleçam entre o eleitorado. Atrelar a trajetória política ao Bolsonaro, além de surfar na alta popularidade do presidente, remete também à imagem de não estar contaminado pelo jogo político, sem ter proximidade com caciques e as forças partidárias tradicionais.

Depois da queda do ministro da Justiça Sergio Moro, o chefe do Executivo ganhou fôlego entre os apoiadores e reabilitou-se nas pesquisas de popularidade a tempo de mostrar que, se escolher um candidato, terá a capacidade de interferir nas eleições municipais. 
 
Apoio discreto
Após viver a desilusão de não conseguir formar a própria legenda, o Aliança pelo Brasil, Bolsonaro chegou a dizer que não se comprometeria com nenhum candidato. Mas, a menos de 45 dias do primeiro turno, marcado para 15 de novembro, o presidente se contradisse. Na última 5ª feira (1º out), durante transmissão ao vivo, o chefe do Executivo declarou apoio, por exemplo, ao "careca" de Manaus e ao "gordinho" de Belo Horizonte. 

Bolsonaro não citou nomes, mas no universo político é sabido que o chefe do Executivo referia-se ao Coronel Menezes (Patriotas) para a capital do Amazonas e Bruno Engler (PRTB) à cidade mineira. Engler é bolsonarista assumido e fundador da "Direita Minas". Nas redes sociais, já posou algumas vezes ao lado do presidente.

No Sudeste, inclusive, o presidente também já indicou apoio ao Celso Russomanno (PSD) em São Paulo, que concorre no topo das pesquisas com o atual prefeito Bruno Covas (PSDB), aliado do correligionário e governador Joao Doria. Bolsonaro também não esconde a proximidade que tem com Marcelo Crivella (Republicanos), candidato à reeleição no Rio de Janeiro. O prefeito tem o apoio também do clã Bolsonaro na cidade. 

Mas há algumas cidades em que há ao menos três opções de candidatos alinhados com o presidente, que buscam a sua benção. Em Porto Alegre, por exemplo, parlamentares bolsonaristas, liderados pelo deputado federal Bibo Nunes (PSL), definiram apoio a Sebastião Mello (MDB). A decisão isola José Fortunati, do PTB, sigla que compõe a base do governo no Congresso.

Segundo Geraldo Tadeu, cientista político e coordenador do Centro Brasileiro de Estudos e Pesquisas sobre a Democracia (Cebrad), da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), o "cálculo político" de Bolsonaro para apostar em algum nome nessas eleicões tem que ser "sofisticado" ou o presidente pode ser derrotado junto com suas apostas.

"Quando se escolhe um candidato, o presidente se torna dependente do resultado. Se ele perde, o patrono perde junto. Então apoiar vários candidatos nas capitais pode levar eventualmente a uma análise de que Bolsonaro possa ser considerado derrotado nessas eleições", diz Tadeu.

Nordeste e antipetismo
Antes reduto da esquerda, as capitais do Nordeste caminham em direção contrária à tradição política. Desde 2018 que as cidades já mostravam um sentimento antipetista. Só no Nordeste, segundo levantamento do SBT News, há ao menos 27 bolsonaristas que podem sair vitoriosos das urnas nos nove estados. 

Em São Luís, o deputado federal Eduardo Braide (Podemos) ocupa os primeios lugares nas pesquisas. Ele faz contraposição com o governador Flavio Dino (PCdoB), um dos principais opositores ao governo federal.

O mesmo ocorre no Recife, com ao menos cinco nomes que receberiam apoio do presidente da República, caso ele lhes estendesse as mãos. Entre eles, Mendonça Filho (DEM), Marco Aurelio (PRTB), coronel Alberto Feitoza (PSC),  a delegada Patrícia Domingues (Podemos) e Carlos Andrade Lima (PSL).

Mesmo que não consigam o apoio declarado de Bolsonaro, a estratégia de candidatos de centro e da direita é emular alguns pontos dos atuais discursos de Bolsonaro, como por exemplo, os ataques às gestões petistas. Um dos temas que devem entrar nas campanhas, que começam na 6ª feira (9.out) será o enfrentamento ao coronavírus. Os políticos mais próximos às ideias do presidente devem criticar as políticas de isolamento social.
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