Safra de soja em 2026 deve bater recorde com crescimento de exportações para China
Com queda nas vendas dos EUA, Brasil amplia espaço no mercado chinês e produtores acompanham previsão de chuva para o verão

Eduardo Pinzon
O mês de outubro marca o início da safra de verão com o plantio da soja em várias regiões do Brasil. Neste ano, agricultores estão dividindo a atenção entre o clima e as tendências do mercado internacional, especialmente após a retração nas exportações dos Estados Unidos e a ampliação da demanda da China.
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De janeiro a agosto deste ano, as exportações de soja dos Estados Unidos para a China caíram 78% em relação ao mesmo período de 2024. No sentido oposto, o Brasil já vendeu mais de 77 milhões de toneladas do grão para os chineses, consolidando-se como principal fornecedor mundial.
Segundo dados da American Farm Bureau Federation, a perda de espaço dos EUA no mercado global abriu margem para os produtores brasileiros ampliarem suas vendas externas. Produtores veem oportunidade, mas mantêm cautela.
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Mesmo com o cenário favorável, produtores brasileiros adotam postura cautelosa.
“Nós gostaríamos de estar trabalhando num cenário onde não tivesse intervenção por tarifas e taxas de nenhum país para você poder estar dentro do mercado por méritos, por livre comércio. Mas, com essa questão dos Estados Unidos, o Brasil deve aumentar um pouco a exportação para a China, que é o nosso maior comprador. Mas também não são números muito agressivos”, afirmou Maurício Buffon, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja-BR).
Recorde na produção e alerta no Sul
A safra que será colhida em 2026 tem previsão de recorde histórico. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima uma produção de cerca de 177,6 milhões de toneladas, um crescimento próximo de 5% em relação à safra anterior.
Apesar das boas perspectivas no mercado internacional, há preocupação com a previsão de estiagem no Sul do país durante o verão. Para os produtores, o equilíbrio das chuvas será determinante para garantir produtividade e volume de exportações.
Caso o clima colabore e a demanda externa continue aquecida, a safra de 2026 tem potencial para reforçar o protagonismo brasileiro no mercado global de soja.