Rio está pronto para receber a Cúpula dos Líderes do G20, diz Eduardo Paes
Brasil está na presidência do grupo, que reúne as maiores economias do mundo, e vai sediar evento com lideranças em novembro
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, disse que a cidade está preparada para sediar a Cúpula dos Líderes do G20, em novembro. O grupo reúne os chefes das maiores economias globais na capital fluminense.
Em entrevista à Agência de Notícias dos Emirados (WAM) durante o FII Priority Summit, em Copacabana, Paes enfatizou que o Rio está acostumado a receber grandes eventos. “Uma cidade que já fez Jogos Olímpicos é uma cidade que está pronta para receber qualquer coisa. Por mais que o G20 tenha uma importância muito grande, acontece em um só lugar. Portanto, a cidade está pronta e preparada para mostrar todas as suas belezas, suas características", declarou Paes.
O Brasil ocupa a presidência rotativa do G20 desde dezembro de 2023. Mais de cem eventos relacionados ao G20 estão planejados no país, com o Rio sediando várias reuniões antes da Cúpula dos Líderes em 18-19 de novembro de 2024. A presidência brasileira terminará em 30 de novembro de 2024, quando a África do Sul assumirá o posto.
Para Paes, o Rio de Janeiro representa o que as pessoas imaginam do Brasil em todo o mundo. "Historicamente, toda vez que se pensa no Brasil, se pensa no Rio, se tem o desejo de vir ao Rio. Acho que o presidente Lula entende muito isso e não à toa escolheu o Rio para ser a capital do G20", ressaltou Paes.
Quem visita o Rio de Janeiro já pode sentir o clima do G20 com várias intervenções instaladas. O Palácio da Cidade e a sede administrativa da Prefeitura ganharam banners; um mural foi instalado na Cidade das Artes; e há placas na praia de Copacabana, entre muitas outras.
Lucas Padilha, presidente do Comitê do G20 do Rio de Janeiro e coordenador de Relações Internacionais e Cooperação da Prefeitura, garantiu que as autoridades locais estão cuidando da infraestrutura. "O presidente Lula entendeu a importância que o prefeito sensibilizou de fazer um G20 que mostrasse que o Rio de Janeiro é o centro do Brasil, centro histórico, centro logístico também, quer dizer, não tem por que a gente esconder essa magnitude de evento em qualquer outro lugar. Vamos fazer no centro, próximo de uma região que já tem muita infraestrutura."
Padilha afirma que a estratégia do Rio para o G20 está sendo realizada ao longo do ano – envolvendo obras de infraestrutura, renovação de ruas, reforma do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, e um olhar diferenciado para o setor de hospitalidade.
Em relação à segurança, Lucas Padilha disse que a cidade lançou recentemente o Centro de Inteligência, Vigilância e Apoio Tecnológico à Segurança Pública, um projeto de monitoramento para apoiar a segurança pública da cidade. Ele também destacou que, desde que Paes foi empossado na prefeitura, o número de guardas aumentou de 3.000 para 8.000, com mudanças no treinamento. "O município tem um papel de segurança patrimonial, local, preventiva, suplementar. Não é ostensiva. Mas a cidade do Rio de Janeiro tem se mostrado uma cidade segura, com índices abaixo da média brasileira", disse Padilha.
O Rio e os Emirados Árabes Unidos
Durante a entrevista, o prefeito do Rio também elogiou a posição dos Emirados Árabes Unidos no Brasil. “A gente olha como um grande parceiro do Brasil”, afirmou Paes. Classificando Dubai e Abu Dhabi como cidades globais, o prefeito disse que sua visão oferece oportunidades de intercâmbio.
Paes, que participou da COP28, também destacou a importância de ver um país como os Emirados Árabes Unidos enfrentar os desafios ambientais.
Turismo, Diplomacia e Relações Internacionais
Além da infraestrutura, com a realização do G20, a cidade do Rio de Janeiro também se beneficia da diplomacia, estreitamento de relações internacionais e incremento do turismo. “O turismo é importante para o Rio. É importante para o Rio porque através da porta do turismo você atrai investimento, faz com que a pessoa volte uma ou duas vezes. O Rio de Janeiro não é só um balneário”, afirmou Lucas Padilha, presidente do Comitê do G20.
A expectativa da Prefeitura do Rio de Janeiro é de que mais de 14 milhões de passageiros passem pelo Aeroporto Internacional do Galeão este ano. Esse número também é impulsionado pela companhia aérea Emirates que, pela primeira vez, criou o programa stopover para a cidade, permitindo que passageiros que vão para outro destino possam ficar de um a cinco dias no Rio, sem custo tarifário adicional. Iniciativas que são comemoradas pelo presidente do Comitê do G20. “Isso é arrecadação, isso é desenvolvimento. Isso faz com que a prefeitura consiga arrecadar mais impostos ao mesmo tempo também que ela consegue investir mais e atrair investimento privado, que é o mais importante. Então, por exemplo, os novos voos para os Emirados, novos voos para Riad, para Arábia Saudita, saindo do Galeão, diminuem o custo logístico”, explica Padilha.
Do ponto de vista diplomático, a cidade do Rio de Janeiro tem aproveitado o bom momento com a exposição global para se preparar para o G20 recebendo outros eventos importantes, como o FII Priority que terminou nesta sexta-feira (14) e reuniu quase 1.500 líderes globais, inovadores e empreendedores da região do Golfo no hotel Copacabana Palace. “Estamos aqui na FII com presença de países importantíssimos da região do Golfo, como os Emirados Árabes e isso é um ato preparatório para o G20, preparatório porque os protocolos de segurança estão no lugar”, disse o presidente do Comitê do G20. "É a Olimpíada da Economia e da Diplomacia, o G20 é a Olimpíada da Diplomacia”, em alusão ao fato de a cidade ter sediado os Jogos Olímpicos em 2016.
Para o prefeito do Rio Janeiro, a cidade é um ator internacional de destaque que lidera discussões importantes num mundo globalizado e multipolar. “As grandes trocas, os desafios do mundo, incluindo aqueles que dizem respeito a mudanças climáticas, transição energética, eles se dão a partir de cidades. Portanto, o Rio tem uma capacidade de tratar desses temas, de lidar com esses temas, e já ocupa esse espaço na arena do debate mundial de cidades”, afirmou Eduardo Paes.