Petrobras busca apoio para explorar petróleo na margem equatorial
Ambientalistas alertam para os riscos de um possível derramamento de óleo na costa brasileira do Norte e Nordeste
Nos últimos dias, a Petrobras fez dois eventos com o objetivo de defender a exploração de petróleo e gás na margem equatorial brasileira. A petroleira quer realizar debates com a sociedade sobre assunto, para apresentar supostos benefícios das ações para o Brasil.
No ano passado, a Advocacia-Geral da União (AGU) emitiu parecer que abre caminho para a Petrobras explorar a área, na foz do Rio Amazonas.
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Considerada um possível “novo pré-sal”, a região abrange uma área que vai da costa marítima do Rio Grande do Norte à do Amapá, se estendendo da foz do rio Oiapoque ao litoral norte do Rio Grande do Norte, abrangendo as bacias hidrográficas da foz do Rio Amazonas.
Região de exploração
A exploração de petróleo na região tem oposição de grupos ambientalistas e internacionais, que criticam a exploração de hidrocarbonetos, apontados como os principais responsáveis pelo aquecimento global.
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A área explorada abrange espaços marítimos, localizados a cerca de 550 quilômetros da foz do Rio Amazonas.
Para promover debates sobre o tema a petroleira realizou eventos em:
- São Luís, no Maranhão, com governadores do Norte e Nordeste;
- Brasília, com representantes do Legislativo, Executivo, da imprensa e da sociedade civil.
Reunião em Brasília
O encontro da Petrobras em Brasília contou com a participação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que defendeu os possíveis ganhos para o setor que a exploração da margem equatorial pode trazer.
O gerente-executivo de exploração da Petrobras, Jonilton Pessoa, afirmou que o trabalho na região é necessário para garantir no futuro fontes de energia.
“É necessário para sobreviver no futuro ter uma diversidade de fontes de energia, não acabando com uma determinada fonte. Isso é fato. Não tem como você acabar hoje com o petróleo, com a dependência que ainda temos dele em todas as indústrias”, argumentou Pessoa.
Ele também destacou que, se o Brasil não descobrir novos campos, precisará aumentar a importação de óleo a partir de 2028.
Entidades criticam a exploração
Entre as entidades que criticam a expansão da exploração de petróleo na margem equatorial está a WWF Brasil, organização não governamental focada na preservação ambiental.
O especialista em conservação do grupo, Ricardo Fujii, pontuou: "A demanda mundial por petróleo pode ser atendida pelos campos já existentes e projetos aprovados, conforme cenário da Agência Internacional de Energia para atendimento do Acordo de Paris.”
Fujii ainda destacou que há recursos para transição energética sem precisar de mais poços de óleo e gás.
Questão ambiental
Outra crítica de ambientalistas é para os riscos de um derramamento de óleo na costa brasileira do Norte e Nordeste.
Em maio de 2023, a Petrobras teve o pedido para pesquisar próximo à costa do Amapá rejeitado pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que pediu mais dados sobre os possíveis impactos ambientais de um desastre naquela região.
A petroleira então apresentou recurso ao órgão ambiental com mais informações.
Em 2023, a Advocacia-Geral da União (AGU) afirmou que um dos principais estudos solicitados - o da Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS) - não precisa ser feito, uma vez que a área já foi leiloada.
A direção da Estatal destaca que a empresa consegue promover a proteção à fauna e à flora da região.
*Com informações da Agência Brasil