IPCA: preços no Brasil subiram 0,38% em abril puxados por alimentos e remédios
Segundo dado do IBGE, custos com "saúde e cuidados pessoais" e "alimentação e bebidas” tiveram maior impacto na alta
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira (10) que, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), os preços no país subiram 0,38% em abril. Os setores de "saúde e cuidados pessoais" (1,16%) e "alimentação e bebidas" (0,70%) foram os principais responsáveis pela alta de 0,22 ponto percentual (p.p.) frente a março (0,16%).
O índice veio acima da expectativa dos economistas e reforça a ideia de que o Banco Central deve ter mais cautela no corte da taxa de juros. Na quarta-feira (8), o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu reduzir a taxa em 0,25 ponto percentual, reduzindo o ritmo de queda, que estava em 0,50 ponto percentual.
Produtos farmacêuticos e alimentos tiveram um impacto de 0,15 p.p. no valor geral, cada. Em comparação, os próximos grupos com maior impacto no IPCA de abril foram "Transporte" (0,14%) e "Vestuário" (0,55%): 0,03 p.p..
Saúde e cuidados pessoais: a maior contribuição (0,10 p.p.) veio das farmácias (2,84%). Destacam-se os antidiabéticos (4,19%), anti-infecciosos e antibióticos (3,49%) e hipotensores e hipocolesterolêmicos (3,34%).
Alimentação e bebidas: no grupo, a principal subida foi aquela refeição feita em casa, 0,81%. Uma alta de 0,22 p.p., em relação ao mês anterior, indicando considerável alta nos valores em mercados. "Fora do domicílio", por outro lado, manteve-se próxima à variação de março, 0,39% (subindo apenas 0,04 p.p.).
Em abril, sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE tiveram alta de preços. No ano, a inflação acumula alta de 1,80%. Nos últimos 12 meses, a inflação acumulada é de 3,69%.
Transporte e Combustíveis
Após variação negativa nos preços do 3º mês do ano (-0,33%), frente a fevereiro, o grupo "transportes" (0,14%) foi o com mais distância entre os valores dos subitens entre si. No que se refere aos "combustíveis" (alta de 1,74%), somente gás veicular (-0,51%) teve diminuição de preços. Etanol (4,56%), gasolina (1,50%) e óleo diesel (0,32%) registraram aumento de preços.
Nas "passagens", o preço dos bilhetes aéreos caiu (-12,09% e -0,08 p.p.). Já o metrô recebeu impacto direto do reajuste de 8,69% no Rio de Janeiro (5,07%), a partir de 12 de abril, subiu 1,72%. O mesmo vale para os táxis (0,21%), que foram afetados pelo reajuste médio em Recife no fim do mês.