"Inflação do aluguel", IGP-M apresenta queda de 3,18% e fecha 2023 em 0,74%
Resultado é o menor da série histórica, mas redução nos aluguéis vai depender do contrato entre locador e locatário
Raphael Felice
O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) fechou o ano de 2023 em 0,74%, com queda de 3,18% com relação a 2022. É o menor índice da série histórica do medidor. O resultado calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) foi divulgado nesta quinta-feira (28.dez).
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Com isso, o resultado deste ano mostra um recuo significativo em relação aos últimos anos. Em 2020 o IGP-M fechou em 23,14% e no ano seguinte atingiu 17,78%. Em 2022, a inflação ficou na casa de um dígito, ficando em 5,45%.
O IGP-M é conhecido popularmente como inflação do aluguel. O indicador costuma ser usado no cálculo de reajustes anuais repassados por proprietários de imóveis e estabelecimentos comerciais aos locatários.
O cálculo do índice é baseado em três grupos de preços - para produtor, construção civil e para o consumidor. O maior impacto no cálculo do IGP-M está no Índice de Preços do Produtor Amplo (IPA), que recuou 5%. A redução do IPA foi puxada pelas deflações no milho (21,92%), na soja (30,02%) e no óleo diesel (16,57%).
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) 2023 fechou com alta de 3,4%. As maiores influências partiram dos itens gasolina (11,08%), plano de saúde (10,36%) e aluguel residencial (7,15%). O IPC é o componente que mais afeta as famílias.
Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) termina 2023 com alta de 3.32%.
Apesar de ser conhecido como a inflação do aluguel, o IGP-M negativo não é certeza de que os contratos de aluguel serão reajustados para baixo. Isso vai depender do contrato de aluguel. Alguns preveem apenas reajuste em caso de variação positiva do IGP-M.
Mesmo com o resultado abaixo de 1%, o mercado previu um IGP-M em 0,66%, valor menor que os 0,74% registrados em 2023.