Inadimplência volta a subir em março e atinge 22% das famílias na capital paulista
Principais dívidas são procedentes de cartões de crédito, crédito pessoal e crédito consignado
O número de inadimplentes na capital paulista voltou a subir em março. Segundo balanço da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), cerca de 921,2 mil tinham algum tipo de conta em atraso no último mês, aumentando o percentual de lares em situação de inadimplência para 22,7%.
Embora o número de famílias endividadas esteja abaixo do registrado em março de 2023 (23%), o comprometimento da renda delas com dívidas segue preocupante. Isso porque, atualmente, um terço (31,7%) de tudo o que os lares recebem é destinado ao pagamento das dívidas — que, em média, se prolongam por oito meses.
O cartão de crédito continua sendo o “vilão” dos lares paulistas, endividando 86,1% dos lares. A dívida por crédito pessoal, por sua vez, passou de 15,6% para 16,6%, enquanto o crédito consignado apontou aumento mais significativo: de 7,7% para 9%.
“Os dados sugerem que há uma demanda mais aquecida das famílias por recursos utilizados para manter o consumo cotidiano, como alimentos e combustíveis. É assim que um dos principais motivos para o aumento da inadimplência, após meses de queda, foi a inflação mais forte nesses dois grupos de produtos”, explica a Fecomercio-SP.
Esse fenômeno impactou, sobretudo, as classes de renda mais baixa: entre as famílias com rendimentos abaixo de 10 salários mínimos, sete em cada 10 estão endividadas (71,3%), e mais de um quarto (26%) está inadimplente. Nas classes mais altas (acima de 10 salários mínimos), as taxas são de 60,5% e 13,2%, respectivamente.
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A previsão é que os números aumentem caso a inflação não diminua nos próximos meses. “Se isso não acontecer, ficará mais difícil para os paulistanos adiarem o pagamento das suas dívidas em favorecimento ao consumo diário. Hoje, 2,78 milhões de famílias estão endividadas em São Paulo, das quais 921 mil estão inadimplentes e 391 mil, sem condições de pagar as despesas atrasadas no momento (9,6%)”, diz a Fecomercio-SP.