Hugo Motta critica aumento do IOF: 'Executivo gasta sem freio e depois empurra a conta para o Congresso'
Presidente da Câmara defende corte de gastos e rejeita aumento de impostos como solução para desequilíbrio fiscal

Ellen Travassos
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), usou as redes sociais nesta segunda-feira (26) para reforçar sua posição contrária ao aumento de impostos e ao que classifica como "gastos sem controle" por parte do Executivo. Em uma publicação no X (antigo Twitter), o parlamentar afirmou que o Estado "não gera riqueza – consome", e que a sociedade é quem "paga essa conta".
Motta destacou o papel do Congresso Nacional na aprovação de "bons projetos" do governo, mas fez duras críticas à gestão fiscal. "Quem gasta mais do que arrecada não é vítima, é autor", escreveu. O deputado também questionou a tentativa de transferir responsabilidades ao Legislativo: "O Executivo não pode gastar sem freio e depois passar o volante para o Congresso segurar".
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A mensagem do parlamentar surge em meio a discussões sobre medidas fiscais do governo, como possíveis aumentos de tributos – incluindo o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) – para cobrir déficits orçamentários. Motta, no entanto, defendeu que "o Brasil não precisa de mais imposto, precisa de menos desperdício", reforçando a necessidade de eficiência no uso dos recursos públicos.
Ao final, o deputado afirmou que a Câmara continuará trabalhando "em harmonia e em defesa dos interesses do país", mas deixou claro que não compactuará com o que considera irresponsabilidade fiscal. A declaração ecoa posicionamentos recentes de outros críticos da equipe econômica, que pressionam por cortes de gastos em vez de novas cobranças.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (26) que o governo deve tomar decisão "até o final da semana" para compensar recuo parcial no aumento do imposto sobre o IOF, anunciado na última quinta (22).
"Nós temos até o final da semana para decidir como compensar. Se com mais contingenciamento ou com alguma substituição. Até o final da semana, vamos tomar essa decisão", explicou Haddad.
Na semana passada, horas após anunciar o congelamento de R$ 31,3 bilhões no Orçamento e alta do IOF, com objetivo de aumentar arrecadação e cumprir meta fiscal, a Fazenda voltou atrás em dois pontos do imposto: manteve alíquota zero (seria de 3,5%) sobre aplicações nacionais de investimentos em fundos no exterior e de 1,1% (em vez de 3,5%) sobre remessas de pessoas físicas enviadas para conta no exterior para investimento.