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Economia

Haddad diz que pacote de corte de gastos "não é bala de prata" e que pode rever medidas se necessário

Ministro da Fazenda participou de almoço com banqueiros nesta sexta-feira (29), após repercussão negativa no mercado com impacto no dólar

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Almoço anual da FEBRABAN com a presença do MInistro da Fazenda Fernando Haddad . Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (29, dois dias após anunciar o pacote de corte de gastos, que o projeto "não é uma bala de prata" e que "pode ser que daqui a três meses esteja debruçado sobre as planilhas de gastos de novo". Com os cortes, o governo prevê uma economia de R$ 70 bilhões em 2025 e 2026.

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"Não vamos conseguir fazer tudo que precisa ser feito numa bala de prata. Esse conjunto de medidas não é o gran finale de tudo que precisa fazer. Daqui três meses pode ser que eu pegue de novo na planilha para ver a evolução da Previdência, a evolução do BPC [Benefício de Prestação Continuida]. [Se] não está funcionando, precisamos melhora", disse o ministro durante almoço na Febraban, em São Paulo.

O anúncio dos cortes na economia se arrastou durante mais de um mês. O governo realizou diversas reuniões para alinhar os pontos, entre eles, a isenção de pessoas com rendimentos mensais de até R$ 5 mil do pagamento do Imposto de Renda e o aumento da cobrança para quem ganha acima de R$ 50 mil. O pacote também prevê revisão em benefícios de militares e cortes em salários acima do teto constitucional.

A redução de gastos, porém, foi considerada insuficiente por parte do mercado financeiro, que reagiu de forma negativa, com críticas e aumento na cotação do dólar.

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Haddad reforçou que o pacote de ajustes fiscais não atende a concessões, mas foi desenhado porque acredita ser o correto a fazer pela economia. "É fácil falar: 'faz o ajuste, a lição de casa'. Não estou fazendo o ajuste para fazer concessão a quem quer que seja. Eu acredito nele, eu defendo ele, porque é uma crença, pela minha formação", afirmou.

Uma das reações do mercado financeiro foi a disparada inédita do dólar, que fechou esta sexta-feira (29) cotada a R$ 6. Sobre a pressão que vem sofrendo, Haddad disse que o governo vai viver "semanas difíceis e é nosso papel superar essas semanas difíceis." “Nós estamos saindo de 10 anos de desequilíbrio fiscal", lembrou. “Estamos pagando até hoje gastos que foram herdados do governo passado".

Fernando Haddad foi sabatinado nesta sexta-feira (29) por Isaac Sidney, presidente da Febraban, e João Borges, diretor de Comunicação da entidade. Gabriel Galípolo, futuro presidente do Banco Central, também estava no evento. Questionado sobre o pacote de cortes, Galípolo afirmou que não é dever do Banco Central influenciar na política do governo.

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