Galípolo diz que mudanças no Pix vão "reforçar muito a segurança": "Proteger você de golpes e fraudes"
Chaves sem vinculação a pessoas e empresas reais serão excluídas a partir do início de abril

Felipe Moraes
O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou em vídeo postado nas redes sociais da autarquia que mudanças no Pix vão "reforçar muito a segurança", "proteger você de golpes e fraudes" e "combater o crime organizado".
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Previstas para entrarem em vigor a partir do início de abril, alterações incluem exclusão de chaves sem vinculação a pessoas e empresas reais.
Mudanças no Pix foram publicadas pelo BC nessa quinta (6) e devem afetar chaves de CPFs e do Cadastro de Pessoas Jurídicas (CNPJs) que não estejam regulares na Receita Federal.
"Ninguém vai poder, por exemplo, vincular o nome de uma empresa conhecida a um CNPJ que não seja dessa empresa ou a um CPF qualquer. Ninguém vai conseguir, por exemplo, vincular o nome de uma igreja ou de um serviço de streaming ou de um banco onde você tem a conta a um CNPJ que não seja dessas instituições para parecer legítimo e aplicar golpes", disse Galípolo.
"Golpistas fazem isso. Usam CNPJ e CPF quaisquer, até CPF de pessoas falecidas para se passar por empresas reais de telefonia, por escritórios de advocacia ou por instituições beneficiárias", completou.
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Problemas mais comuns em chaves Pix com CPF e CNPJ
O BC tem 836 milhões de chaves Pix cadastradas, sendo 796 milhões ligadas a pessoas físicas. Dessas, 1% — equivalente a 8 milhões de chaves — apresenta problemas. Veja quais são:
+ 4,5 milhões: grafia inconsistente;
+ 3,5 milhões: titulares falecidos;
+ 0,03 milhão: suspenso;
+ 0,02 milhão: cancelado;
+ 0,001 milhão: nulos.
Já em relação ao CNPJ, há 39,8 milhões de chaves cadastradas junto ao BC. Cerca de 2 milhões apresentam problemas na comparação com a base de dados da Receita. De acordo com a autarquia, 59% têm CNPJ inapto, 39% em situação de CNPJ baixado, quando empresa encerra atividades, e 2% com CNPJ suspenso.