Galípolo diz que Banco Central atua contra disfuncionalidades e descarta mudanças em reservas e swaps
Nos últimos anos, o BC tem repetido que suas atuações no mercado não são para conter a alta ou a baixa do dólar

Reuters
O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, descartou nesta segunda-feira (29) mudanças na abordagem atual da instituição em relação às reservas cambiais e ao estoque de swaps, reforçando que o câmbio no Brasil é flutuante e que a instituição atua para corrigir disfuncionalidades.
"Não há nenhum objetivo ou preocupação no sentido de recomposição de reservas ou mudanças em swaps", disse Galípolo durante participação no evento Itaú Macro Day, em São Paulo.
Segundo ele, o BC tem reservas robustas para responder a qualquer disfuncionalidade no mercado de câmbio.
Nos últimos anos, o BC tem repetido que suas atuações no mercado – por meio de leilões de dólares ou de swaps, um tipo de contrato cambial que influencia cotações no mercado futuro e, consequentemente, também no segmento à vista – servem para reduzir disfuncionalidades, e não para conter a alta ou a baixa do dólar.
"Temos convicção de que o câmbio flutuante é importante", reforçou Galípolo.
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Questionado sobre o déficit atual da conta corrente brasileira, Galípolo afirmou que o resultado demonstra que a demanda interna segue elevada.
Os dados mais recentes do BC mostram que, de janeiro a agosto, o déficit em transações correntes do Brasil foi de US$ 46,810 bilhões, ante um déficit de US$ 36,744 bilhões no mesmo período do ano passado. O país recebeu US$ 52,649 bilhões em investimentos diretos (IDP) no acumulado de 2025.
"Não gostamos muito da lógica de que o déficit em conta corrente está sendo financiado pelos investimentos", pontuou Galípolo. "A conta corrente demonstra que temos uma economia com demanda em patamar alto", acrescentou.