Economia

Empresários precisam se preparar agora para 2026

Juros altos, eleição, reforma tributária e pressão de custos vão testar quem não organizar a casa em 2025

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Pessoas fazendo contas com juros altos e novos impostos | Imagem gerada por IA

O ano de 2026 não será um ano comum para os negócios no Brasil. Ele chega concentrando mudanças estruturais, incertezas políticas e pressão econômica ao mesmo tempo. Esse cenário não vai premiar quem apenas trabalha muito, vai favorecer quem se antecipa, organiza números e toma decisões com clareza. Entrar em 2026 operando do mesmo jeito que hoje é assumir um risco desnecessário.

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A primeira grande mudança é a reforma tributária, que deixa o discurso e começa a bater direto no caixa. CBS e IBS entram em operação prática e unificam tributos federais, estaduais e municipais. O imposto passa a incidir na venda e o crédito vem depois, o que expõe um problema comum no pequeno e médio negócio. Muitos empresários não conhecem sua margem real, misturam caixa com lucro e formam preço olhando o concorrente. Em 2026, isso vira risco de sobrevivência. A alternativa é clara, revisar preços, entender margem, separar caixa de lucro, rever contratos e testar sistemas ainda em 2025.

O segundo ponto é o ano eleitoral. Eleições no Brasil costumam trazer ruído, insegurança e decisões mais lentas. Crédito oscila, consumo muda de humor e investimentos ficam mais cautelosos. Aqui vão duas orientações práticas. A primeira é escolher o seu lado, o lado do seu negócio, não envolver a empresa em disputas políticas e se eleger presidente da própria empresa. A segunda é trabalhar com cenários alternativos, um conservador, um intermediário e um otimista. Isso não é pessimismo, é proteção.

Os juros seguem como outro desafio central. Mesmo com cortes graduais, o custo do dinheiro deve continuar alto. Dívidas mal estruturadas, capital de giro desorganizado e prazos longos viram armadilhas silenciosas. A alternativa passa por renegociar dívidas, encurtar prazos de recebimento, alongar prazos de pagamento quando possível e tratar o caixa como prioridade absoluta. Faturamento alto sem caixa saudável não sustenta empresa.

O dólar também continua volátil e impacta mais negócios do que muitos empresários percebem. Ele afeta insumos, tecnologia, combustível, frete e marketing digital. Quem acha que não é impactado, geralmente não mediu direito. A solução está em mapear custos dolarizados, negociar fornecedores, criar colchão de margem e evitar surpresas no preço final.

A inflação geral pode até dar sinais de controle, mas a inflação de serviços, salários e aluguel continua pressionando. O erro mais comum é não reajustar preços por medo de perder cliente. O efeito disso é perder margem primeiro e o negócio depois. A alternativa é comunicação clara, reajustes graduais e foco em valor percebido, não apenas em preço.

O crédito também ficará mais caro e mais seletivo. Bancos e fintechs estão menos tolerantes a improviso e a emprestar dinheiro. Empresas sem números claros, processos mínimos e organização básica ficam fora do jogo. A preparação passa por organização financeira, demonstrações simples, controle de indicadores e governança mínima. Hoje, crédito premia clareza, não discurso.

Outro ponto crítico é a mão de obra. Pessoas boas estão mais caras e mais escassas. Fazer mais com menos gente deixa de ser escolha e vira regra. A saída está em processos simples, aumento de produtividade e uso inteligente de tecnologia básica. Isso deixa de ser diferencial e vira sobrevivência.

Some a isso a Copa do Mundo de 2026, que entre junho e julho muda completamente a atenção do país. Alguns setores vendem mais, outros simplesmente somem do radar. Quem depende de consumo e mídia precisa planejar estoque, campanhas e fluxo de caixa com antecedência para não ser pego de surpresa.

No fim das contas, 2026 vai separar empresas que apenas operam daquelas que constroem valor. Não estou pessimistas, estou otimista que sabendo dos desafios, vamos no preparar melhor e fazer do limão uma limonada. Vamos entender que a Distribuição vai ganhar do produto perfeito, relacionamento vai ganhar do improviso e governança vai ganhar do esforço bruto. Quem se prepara agora atravessa melhor o que vem pela frente. Quem ignora os sinais costuma aprender do jeito mais caro.

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