Publicidade

Dólar sobe após Lula criticar discussão econômica sem pensar no social

Presidente diz que mercado não é "entidade abstrata"; declaração ocorre em meio a polêmica sobre MP de Haddad devolvida pelo presidente do Congresso

Dólar sobe após Lula criticar discussão econômica sem pensar no social
Publicidade

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a discussão econômica que não pensa nas questões sociais. A declaração foi interpretada como um recado do chefe do poder Executivo ao mercado financeiro, que recebeu mal a fala e fez o dólar subir a R$ 5,39 ante o real. No começo da manhã desta quarta-feira (12), a moeda americana estava se desvalorizando perante a brasileira, mas o movimento se inverteu após a manifestação de Lula.

Lula discursou durante a abertura do Fórum de Investimentos Prioridade 2024, realizado pelo Instituto de Iniciativa para o Futuro dos Investimentos (FII Institute), no Rio de Janeiro, que contou com a presença de empresários e autoridades estrangeiras.

"Qualquer debate que se faça sobre economia, a gente fala de um monte de coisa, mas me parece que os problemas sociais não existem. Eles existem. Estão nos nossos calcanhares, estão nas nossas portas, estão nas ruas", disse o presidente, que ainda disse que o “mercado não é uma entidade abstrata, apartada da política e da sociedade”.

Segundo o presidente, o mercado também não se estabelece sem estabilidade político-social e citou dados sobre a fome no mundo (735 milhões de pessoas, segundo a ONU) e a resistência da democracia brasileira ante ao 8 de janeiro.

No meio do dia, o dólar estava cotado a R$ 5,39 e chegou a atingir R$ 5,42 na máxima. A declaração e a alta da moeda americana ocorrem em meio à cautela de investidores num momento em que o governo é pressionado a reduzir gastos. As críticas de Lula ao mercado são corriqueiras, especialmente no que diz respeito ao investimento público. Segundo o presidente, colocar dinheiro em áreas como educação, tecnologia, saúde e cultura são investimentos, e não gastos.

MP do Fim do Mundo

A fala de Lula acontece um dia após o presidente do Senado e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), comunicar a devolução da "MP do Fim do Mundo" que altera regras de compensação do PIS/Cofins (MP 1.127/2024) ao governo federal. Segundo Pacheco, parte do texto enviado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, seria inconstitucional.

"Há uma inovação, com alteração de regras tributárias que geram um enorme impacto ao setor produtivo", afirmou. O comunicado foi feito ao lado do líder do governo no Senado, senador Jaques Wagner (PT-BA). A medida provisória foi proposta pelo Ministério da Fazenda para compensar o custo de manter a desoneração da folha de pagamento.

Segundo o próprio parlamentar petista, a proposta enviada por Haddad não tinha o aval de Lula e a decisão de Pacheco tinha o "aplauso" do presidente da República.

Publicidade
Publicidade

Assuntos relacionados

Governo Lula
Lula
Economia
Fernando Haddad
mercado financeiro

Últimas notícias

Tarcísio defende Bolsonaro e afirma que indiciamento "carece de provas"

Tarcísio defende Bolsonaro e afirma que indiciamento "carece de provas"

Ex-presidente foi indiciado pela Polícia Federal por envolvimento em plano golpista orquestrado por militares
Alta dos preços na ceia de Natal 2024 pesa no bolso dos brasileiros

Alta dos preços na ceia de Natal 2024 pesa no bolso dos brasileiros

Carnes e sucos tiveram aumentos entre 12% e 19%, impactando diretamente o custo das ceias de fim de ano; Azeite foi o maior vilão, com 21,3% de alta
Golpistas se aproveitam da Black Friday para aplicar golpes online

Golpistas se aproveitam da Black Friday para aplicar golpes online

Tentativas de acesso a sites falsos aumentaram 35% em outubro, em relação ao mês anterior
Feirão SPC Brasil oferece até 99% de desconto para quitar dívidas

Feirão SPC Brasil oferece até 99% de desconto para quitar dívidas

Campanha começou nesta quinta-feira (21) e possibilita negociação de débitos online até 10 de dezembro
Indiciamentos mostram que comissão do 8/1 "estava no caminho certo", diz senadora

Indiciamentos mostram que comissão do 8/1 "estava no caminho certo", diz senadora

Congressistas comentaram os indiciamentos na investigação sobre golpe de Estado; Boulos disse que pedirá cassação do mandato de Ramagem
Câncer de próstata é a causa de morte de um homem a cada 30 minutos no Brasil

Câncer de próstata é a causa de morte de um homem a cada 30 minutos no Brasil

Diagnóstico precoce da doença pode garantir até 90% de chance de cura
Bolsonaro não deve ser preso após indiciamento, avalia advogado criminalista

Bolsonaro não deve ser preso após indiciamento, avalia advogado criminalista

Especialista sinaliza que detenção só deve ocorrer se o ex-presidente, investigado por golpe de estado, atrapalhar a polícia ou se for condenado
Haddad anuncia bloqueio de R$ 5 bilhões no Orçamento de 2024 e adia, mais uma vez, definição sobre corte de gastos

Haddad anuncia bloqueio de R$ 5 bilhões no Orçamento de 2024 e adia, mais uma vez, definição sobre corte de gastos

Novo prazo para a apresentação das medidas para reduzir gastos do governo, segundo o ministro da Fazenda, é a próxima terça-feira (26)
Faturamento da Black Friday de 2024 deve chegar a R$ 5,2 Bilhões, aponta CNC

Faturamento da Black Friday de 2024 deve chegar a R$ 5,2 Bilhões, aponta CNC

Móveis, eletrodomésticos e eletroeletrônicos lideram interesse dos brasileiros; expectativa é que as vendas superem em 0,04% a edição do ano passado
Policial que matou estudante de medicina é indiciado por homicídio doloso

Policial que matou estudante de medicina é indiciado por homicídio doloso

Marco Aurélio Cárdenas Acosta, de 22 anos, foi morto com tiro à queima-roupa durante uma abordagem da Polícia Militar de São Paulo
Publicidade
Publicidade