Dólar oscila após queda com discurso de Powell e impasse comercial entre Brasil e EUA
Investidores acompanham a agenda econômica da semana e as negociações sobre tarifas entre Brasil e Estados Unidos

Reuters
O dólar à vista registrava leve oscilação nesta segunda-feira (25), depois de cair quase 1% na sessão anterior, influenciado pelo discurso do chair do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell. Investidores também seguem atentos ao impasse comercial entre Brasil e Estados Unidos e aguardam a divulgação de novos indicadores econômicos.
Às 9h42, o dólar à vista avançava 0,07%, cotado a R$ 5,4266 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,09%, a R$ 5,442.
A moeda brasileira devolvia uma pequena parte do forte ganho obtido na sexta-feira (23), quando Powell, em discurso no simpósio de Jackson Hole, reforçou expectativas de cortes na taxa de juros norte-americana a partir de setembro.
O presidente do Fed reconheceu riscos crescentes para o mercado de trabalho dos EUA e indicou que a política monetária deve ser ajustada, mas sem detalhar prazos ou intensidade.
O movimento levou a uma queda de 0,99% do dólar na última sessão, a R$ 5,4227, abrindo espaço para correção nesta segunda-feira.
Agenda econômica da semana
No Brasil, os investidores acompanham a divulgação do IPCA-15 de agosto, na terça-feira (26), e o relatório de emprego do Caged, na quinta (28). Já no cenário externo, os destaques são a segunda estimativa do PIB dos EUA no segundo trimestre, também na quinta, e o índice PCE de julho, indicador de inflação preferido pelo Fed, previsto para sexta (29).
“O mercado continua especulando sobre a disposição do Fed em cortar juros no mês que vem. O discurso de Powell deixou o caminho em aberto, mas a agenda da semana deve trazer respostas mais objetivas”, afirmou Diego Costa, head de câmbio para o Norte e Nordeste da B&T XP.
O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,08%, a 97,926.
Além da política monetária, o mercado local acompanha a disputa comercial entre Brasil e Estados Unidos. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta negociar a tarifa de 50% imposta por Washington sobre produtos brasileiros.
Analistas avaliam que a relação bilateral ficou mais tensa após decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), que, na prática, impede que o ministro Alexandre de Moraes sofra as consequências das sanções econômicas impostas pelos EUA.