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Economia

Desigualdade de renda no Brasil atinge menor nível dos últimos 12 anos, diz IBGE

Índice Gini, que mede a concentração de renda a partir do rendimento médio domiciliar per capita, recuou com baixa do desemprego e programas sociais

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Cédulas de dinheiro | Reprodução
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A desigualdade de renda no Brasil voltou a cair em 2024 e atingiu o menor nível da série histórica iniciada em 2012 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Os dados, que integram a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua: Rendimento de Todas as Fontes, foram divulgados nesta quinta-feira (8).

Um dos indicadores, o índice Gini – que mede a concentração de renda a partir do rendimento médio domiciliar per capita – recuou para 0,506. Em 2023 e 2022 o nível ficou em 0,518. A escala de Gini varia de zero a um. Quanto mais perto de zero, menos desigual é o país. Quanto maior o número, significa que há mais disparidade entre pobres e ricos.

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A Região Nordeste permaneceu com o maior índice de Gini em 2024 (0,502), seguida pela Região Sudeste (0,491). A Região Sul apresentou novamente o menor índice (0,460), posição que vem mantendo desde o início da série. Entre 2023 e 2024, a desigualdade medida pelo Gini apresentou queda em todas as regiões, com exceção da Sul, onde variou de 0,454 para 0,460.

A maior variação negativa ocorreu na Região Sudeste (de 0,508 para 0,491), seguida das Regiões Norte (de 0,500 para 0,489) e Centro-Oeste (de 0,498 para 0,487).

Divulgação/IBGE
Divulgação/IBGE

Segundo Gustavo Fontes, analista do IBGE, a dinâmica do mercado de trabalho nos últimos anos – que tem alcançado os menores índices de desemprego da série histórica – e o crescimento do rendimento médio do trabalho, bem como os reajustes do salário mínimo e os benefícios de programas sociais do governo, explicam a queda da desigualdade no país.

"Entre 2023 e 2024, o aumento no rendimento per capita ocorreu com maior intensidade no limite inferior da distribuição (ou seja, nas classes de menor renda), enquanto no extremo superior das classes de renda, o crescimento do rendimento per capita ficou bem abaixo da média nacional", diz Fontes.

O que compõe o rendimento médio do brasileiro

Em 2024, o rendimento de todos os trabalhos era responsável por 74,9% do rendimento médio mensal real domiciliar per capita. Os 25,1% restantes se dividiram em:

  • aposentadoria e pensão: 16,8%;
  • programas sociais do governo: 3,8%;
  • aluguel e arrendamento: 1,9%;
  • pensão alimentícia, doação e mesada de não morador: 0,8%;
  • outros rendimentos: 1,6%.

A participação dos programas sociais no rendimento variou 0,1 ponto percentual de 2023 a 2024. O número é bem abaixo do ápice da série histórica, de 5,9%, atingido durante a pandemia de covid-19, em 2020. O percentual de domicílios que recebiam rendimento do Bolsa Família no ano passado foi estimado em 18,7%, o que representa uma oscilação negativa em relação a 2023 (19%).

Divulgação/IBGE
Divulgação/IBGE

Concentração de renda

Apesar dos avanços, a concentração de renda continua elevada. De acordo com o IBGE, 1% da população mais rica recebe mais de 36 vezes o rendimento dos 40% com a menor renda. Essa é a menor diferença entre os dois segmentos, em toda a série da pesquisa, iniciada em 2012. O auge desse nível (48,9 vezes) foi atingido em 2019.

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