Custo da cesta básica caiu em 11 capitais em junho, diz Dieese
Dos produtos que compõem o conjunto de alimentos, apenas o tomate apresentou alta no mês

Camila Stucaluc
O valor da cesta básica caiu em 11 das 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em junho. Segundo o estudo, as quedas mais expressivas ocorreram em Aracaju (-3,84%) e Belém (-2,39%). Já Porto Alegre (1,50%) e Florianópolis (1,04%) registraram as maiores altas.
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No mês, São Paulo foi a capital onde a cesta básica registrou o maior valor, R$ 882,76, seguida por Florianópolis (R$ 867,83), Rio de Janeiro (R$ 843,27) e Porto Alegre (R$ 831,37). Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram verificados em Aracaju (R$ 557,28), Salvador (R$ 623,85), João Pessoa (R$ 636,16) e Natal (R$ 636,95).

A queda no custo da cesta foi influenciada pela redução no preço de quase todos os produtos, como o arroz (que diminuiu nas 17 capitais pesquisadas), o óleo de soja, o açúcar, o café em pó e a carne bovina de primeira. Apenas o tomate apresentou alta no mês, com variações entre 0,29%, no Rio de Janeiro, e 16,90%, em Porto Alegre.
Cesta básica x salário mínimo
Quando comparado o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, verifica-se que o trabalhador comprometeu, em média, 52,66% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos em junho. O número representa uma pequena queda em relação a junho de 2024, quando o percentual ficou em 54%.
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Com base na cesta mais cara, a de São Paulo, o Dieese estima que o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas em outubro deveria ter sido de R$ 7.416,07 ou 4,89 vezes o mínimo de R$ 1.518. No mesmo período de 2024, quando o piso mínimo era de R$ 1.412, o valor necessário ficou em R$ 6.995,44 ou 4,95 vezes o valor vigente na época.