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Economia

CNI reduz projeção da indústria e alerta para impacto das tarifas de Trump nas exportações brasileiras

Entidade prevê PIB industrial menor, estabilidade da Selic e alta no setor agropecuário; exportações caem e dívida pública deve subir para 79% do PIB

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Porto de Santos | Foto: reprodução
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A Confederação Nacional da Indústria (CNI) reduziu de 2% para 1,7% a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do setor industrial em 2025. A entidade projeta ainda estabilidade da taxa Selic, queda gradual da inflação e avanço do setor agropecuário. Os dados constam no Informe Conjuntural do 2º trimestre, divulgado nesta terça-feira (19).

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Segundo a CNI, embora o volume exportado tenha crescido 2% no primeiro trimestre, os preços das vendas externas recuaram 2% entre janeiro e julho. A previsão das exportações brasileiras foi revista para baixo: de US$ 347,3 bilhões para US$ 341,9 bilhões. Nesse período, o país exportou US$ 198 bilhões, praticamente estável em relação aos US$ 197,8 bilhões registrados em 2024.

A entidade alerta que a tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode desacelerar o fluxo de vendas da indústria de transformação brasileira para o mercado norte-americano. O setor já apresentou retração no primeiro semestre de 2025, após crescer 3,8% em 2024.

“Mesmo com medidas importantes, como a Nova Indústria Brasil e o Programa de Depreciação Acelerada, a indústria de transformação deve cair fortemente em relação ao ano passado. A taxa de juros elevada e o aumento das importações, em parte pela política comercial americana, são os principais entraves”, afirmou o diretor de Economia da CNI, Mário Sérgio Telles.

Apesar do desaquecimento geral, a construção civil deve manter crescimento de 2,2%, impulsionada pela continuidade de obras iniciadas em 2024 e pela expansão do programa Minha Casa, Minha Vida, que registrou alta de 31,7% nos lançamentos no 1º trimestre.

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A indústria extrativa também aparece entre os destaques positivos, com previsão de alta dobrada de 1% para 2%, puxada pelo petróleo. Já o segmento de eletricidade, gás, água, esgoto e resíduos manteve estimativa de crescimento em 2,5%.

No mercado de trabalho, a geração de empregos e a massa salarial superaram expectativas no início do ano. A CNI projeta aumento de 1,5% no número de ocupados em 2025 e alta de 5,5% na renda real.

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Em relação à inflação, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou 5,2% em 12 meses até julho. A projeção é de desaceleração no segundo semestre, com fechamento do ano em 5%, acima dos 4,8% de 2024 e ainda distante da meta de 3%.

A entidade prevê que o governo encerrará 2025 com déficit primário de R$ 22,9 bilhões, equivalente a 0,2% do PIB, dentro da meta fiscal. A dívida bruta, no entanto, deve avançar de 76,5% para 79% do PIB.

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