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Economia

Resultado de eleição nos EUA não vai afetar comércio com Brasil, avalia líder de Câmara de Comércio bilateral

Abrão Neto, CEO da Amcham, diz que "agenda tem vida própria", independentemente de vitória de Kamala ou Trump nos EUA

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CEO da Amcham, Abrão Neto, em conversa com o repórter Gudryan Neufert | Reprodução
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O CEO da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), Abrão Neto, falou ao SBT News quais as perspectivas para as parcerias comerciais e investimentos entre Brasil e Estados Unidos em meio ao cenário eleitoral americano. Neto destacou que, independentemente de quem vencer a eleição presidencial dos EUA em novembro, se a democrata Kama Harris ou o republicano Donald Trump, a relação econômica entre os dois países deve continuar sólida.

"É um relacionamento de muita estabilidade e com um histórico extremamente amplo", disse. "Por mais que essas eleições sejam importantes na definição de qual é a plataforma política, quais serão as propostas econômicas e qual é a orientação que o governo dos Estados Unidos vai ter a partir do ano que vem – lembrando que, independentemente do resultado, haverá uma mudança. Ou uma mudança de presidente dentro da linha do partido Democrata, ou a volta do ex-presidente Trump", disse.

“É claro que a liderança política ajuda e pode permitir criar condições mais favoráveis para as relações bilaterais, mas as trocas de governo são uma constante nessa relação. A cada dois anos tem eleições ou nos Estados Unidos, ou no Brasil. Então essas mudanças talvez tenham uma possibilidade de influenciar o lado político, mas a agenda bilateral econômica, sobretudo, tem uma vida própria e vai continuar muito forte, muito positiva para os interesses dos dois países".

Neto destacou que, atualmente, os Estados Unidos são o principal parceiro do Brasil em diversos setores, incluindo produtos industriais, serviços e investimentos estrangeiros – embora a China seja o maior parceiro em termos de volume exportado. "Tivemos no ano passado, por exemplo, recorde nas exportações de bens de maior valor agregado e maior tecnologia incorporada para os Estados Unidos em toda a história", afirma.

Além disso, segundo o presidente da Amcham Brasil, os investimentos norte-americanos no Brasil representam aproximadamente 40% de todo o investimento estrangeiro no país.

"Na parte de investimentos, é possível ver novos ciclos de investimentos começando, sobretudo na área de tecnologia e energias renováveis. Existe uma perspectiva positiva. É claro que há um potencial de crescimento que o setor empresarial gostaria de ver ser alcançado na sua plenitude, mas os índices são bons", afirma.

Ao discutir a dinâmica global, incluindo a concorrência entre Estados Unidos e China, Neto defendeu que o Brasil mantenha uma posição independente, buscando sempre o melhor interesse nacional em suas relações comerciais. Ele destacou que o Brasil deve continuar a se integrar à economia global, sem limitar suas parcerias a uma única nação, e aproveitar as oportunidades para fortalecer seu papel nos mercados internacionais.

"Acho que essa é uma posição inteligente que o Brasil deveria manter, de, sempre que entender que, para uma determinada questão, o seu interesse vai ser melhor alcançado em relação a um ou outro país, acho que essa talvez seja a melhor tônica a ser perseguida", avalia.

"Em muitos casos essas relações não são excludentes. O fato de o Brasil hoje ter tanto com a China como com os Estados Unidos uma relação econômica comercial muito saudável, se aproximar, vender mais para um país, não significa necessariamente vender menos para outro. O Brasil tem que saber atuar com esse bom nível de autonomia e buscar construir relacionamentos que sejam benéficos para o país. Não só com as duas maiores economias do mundo, mas com o mundo todo", completa.

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