Bolsas de valores despencam na Europa e na Ásia após "tarifaço" de Trump
Hong Kong sofreu a maior queda desde 1997 e o mercado europeu teve menor índice em 16 meses

SBT News
As bolsas de valores da Europa e da Ásia despencaram nesta segunda-feira (7). O efeito foi desencadeado pelo "tarifaço" anunciado pelo presidente do Estados Unidos, Donald Trump. Hong Kong sofreu a maior queda desde 1997. Já o mercado europeu teve o menor índice em 16 meses.
Em meio a rumores de que a guerra comercial causada pelo "tarifaço" desencadeie uma recessão global, o índice Dax na Alemanha caiu quase 10%, enquanto o FTSE 100 em Londres teve uma queda de quase 6% logo na abertura do mercado de ações, por volta das 4h22, no horário de Brasília. Na China, o Shanghai Composite caiu cerca de 8%. Já em Hong Kong, o Hang Seng despencou 13%, menor número em 28 anos.
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Na última sexta (4), as bolsas chinesas, incluindo de Hong Kong e de Taiwan, não operaram por causa de um feriado. No mesmo dia, Pequim anunciou tarifas de 34% a importações norte-americanas, como forma de resposta à medida do governo Trump. Segundo o Diário do Povo, principal jornal do Partido Comunista da China, o país está preparando "esforços extraordinários" para compensar os efeitos das tarifas de Washington.
Em outras partes da Ásia, as quedas também foram drásticas. O japonês Nikkei recuou 7,83% em Tóquio, e o sul-coreano Kospi teve queda de 5,57% em Seul. Com isso, ambos os índices atingiram os menores níveis desde outubro de 2023. A bolsa australiana teve queda de 4,23% do S&P/ASX 200 em Sydney, o que não acontecia desde março de 2020.
Donald Trump, quando questionado sobre os efeitos do "tarifaço" nos mercados de ações internacionais, disse que "não quebrou o mercado de propósito" e que "não pode prever" o que acontecerá futuramente. "Não quero que nada caia. Mas às vezes você tem de tomar remédios para consertar alguma coisa", completou o presidente dos EUA.
A bolsa norte-americana não ficou de fora da turbulência causada pelas taxação, a queda passou dos 10% após apenas dois dias do anúncio do governo. O índice Dow Jones, de Nova York, caiu 4,84% na quinta (3) e mais 5,50% na sexta (4). Já o índice Nasdaq, influente em empresas de tecnologia, despencou, respectivamente nos mesmos dias, 5,97% e 5,82%.
Banqueiros, executivos e traders disseram que sentiram flashbacks da crise financeira global de 2008 neste fim de semana, de acordo com o jornal The New York Times. A velocidade de declínio da última semana superou o início da pandemia de coronavírus e só ficou atrás de quando o Lehman Brothers colapsou em 2008.
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Veja números em bolsas do mercado asiático:
- Nikkei 225 (Japão): -6,5%;
- Shanghai Composite (China continental): -6,4%*;
- ASX 200 (Austrália): -3,8%;
- Kospi (Coreia do Sul): -5,2%;
- Taiex (Taiwan): -9,7%*;
- STI (Singapura): -7,5%;
- Nifty 50 (Índia): -4,0%;
- Sensex (Índia): -3,7%;
- Dow Jones Futures (EUA ): -2,4%.
Confira quedas em bolsas europeias:
- Dax (Alemanha): quase -10%;
- FTSE 100 (Reino Unido): quase -6%;
- Cac 40 (França): 7%;
- Rheinmetall (Alemanha): quase -24%;
- Rolls-Royce (Reino Unido): -12%;
- Barclays (Inglaterra): -8%;
- NatWest (Inglaterra): -7%;
- Commerzbank (Alemanha): 10%.