Após reunião com Lula, General Motors vai investir R$ 7 bilhões no Brasil até 2028
Apesar de ter feito demissões em massa em outubro de 2023, GM anunciou novo aporte de investimentos no país
Segundo a montadora, os aportes financeiros serão destinados para a renovação da frota de veículos no país, o desenvolvimento de novas tecnologias e para a criação de novos modelos de negócios, que devem marcar “a primeira fase do novo ciclo de investimento que chancela o início do período de maior transformação da marca no país”.
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Shilpan Amin disse ainda que os investimentos visam iniciar “um período de maior transformação da marca no país”, visando desenvolver novas tecnologias de zero emissão de carbono e a construção de produtos mais eficientes no ponto de vista ambiental.
"O Brasil é estratégico para o plano global de expansão de negócios da GM. Além de se um polo exportador de veículos para a América do Sul, conta com um amplo centro de desenvolvimento de engenharia e é um mercado com alto potencial de crescimento com vocação também para veículos de novas tecnologias, em sintonia com a matriz energética predominantemente limpa do país", explica o presidente da General Motors International.
Pelas redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que os investimentos vêm "em boa hora" e fazem parte da retomada do crescimento econômico e industrial do Brasil.
O presidente da GM América do Sul, Santiago Chamorro, fez afirmou que existe um alinhamento entre o Brasil e a GM para contribuir para a "reindustrialização do setor automotivo", visando apresentar melhores resultados no PIB e na Economia.
Desde o fim de 2023, o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, vem anunciando uma série de programas e investimentos nas áreas da indústria, como o Mover (novo regime automotivo brasileiro) e a nova política industrial.
Segundo Chamorro, as medidas trazem previsibilidade para o setor, o que atrai maiores "Esses anúncios dão previsibilidade. Ainda não temos todas as respostas, estamos estudando para aproveitar todas as oportunidades que podemos tomar, mas é fato que temos um norte e pretendemos seguir esse norte", afirmou o presidente da GM América do Sul.
Demissões em outubro
O anúncio de novos investimentos no Brasil traz maior tranquilidade os funcionários da montadora, que há três meses, anunciou demissões em massa nas fábricas de São Caetano do Sul, São José dos Campos e Mogi das Cruzes.
Segundo o presidente da GM América do Sul, Santiago Chamorro, os cortes foram feitos em uma "conjuntura específica" e planejados para durar pouco tempo.
"As demissões foram feitas em uma conjuntura específica no final ano passado para que fizéssemos ajustes importantes na nossa produção, pontuais, de curto prazo e que com muita dor no coração a gente acabou fazendo, mas a visão de longo prazo da GM é de crescimento, de continuar empregando e crescendo", disse o porta-voz.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos, 1.200 foram demitidos em outubro de 2023 pela GM. Os avisos de dispensa foram feitos via telegrama e e-mail. Segundo a legislação brasileira, demissões em massa não podem ser feitas sem acordo com o sindicato.
Diante do caso, os trabalhadores fizeram uma assembleia no pátio da GM de São José dos Campos e decretaram uma greve. Durante o período, o sindicato e o Ministério do Trabalho participaram de negociações com a General Motors.
Em 8 de novembro, após decisão judicial, a GM recontratou os 1.200 trabalhadores e pagou os funcionários pelos dias parados. Mesmo assim, o Sindicato dos Metalúrgicos seguiu com as negociações para a manutenção de emprego.
Mais investimentos
Lula também anunciou que a montadora chinesa de carros elétricos, a BYD, montará uma fábrica em Camaçari (BA), a primeira da empresa fora da Ásia.
"Estima-se que serão mais de 10 mil postos de trabalho criados e R$ 3 bilhões de investimentos, fomentando a economia local e contribuindo para uma maior produção de veículos sustentáveis a partir de energia limpa. O Brasil com mais investimentos construindo o futuro", disse Lula em uma publicação nas redes sociais.
Indútria automotiva
A indústria automotiva no Brasil iniciou um período de dificuldades em 2020 por conta da pandemia de covid-19. Em 2021, a Ford anunciou o encerramento da produção de veículos no Brasil.
No entanto, mesmo após o fim da pandemia, as montadoras anunciaram uma série de paralisações de suas principais fábricas no país, e no começo de 2023, Volkswagen, GM, Stellantis, Mercedes-Benz e Hyundai precisaram parar a produção e colocaram funcionários em férias coletivas.
As empresas alegaram uma série de motivos, como os juros altos e o cenário ruim da economia nacional. A taxa básica de juros (Selic), por exemplo, estava em 13,75% no começo do ano passado, mas fechou em dezembro com número de 11,75%. Em 2024, as projeções do mercado financeiro é de que a Selic encerre em 9%.