Alckmin comanda reunião técnica para discutir tarifas impostas por Trump ao Brasil
Encontro mobiliza assessores Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, comandado pelo vice-presidente, e secretário-executivo da pasta

Gabriela Tunes
O governo Lula (PT) decidiu acionar o modo diplomático-urgente diante da tarifa de 50% anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre exportações brasileiras. Nesta quarta-feira (10), o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin (PSB), comanda uma reunião técnica em Brasília com assessores do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e o secretário-executivo da pasta, Márcio Fernando Elias Rosa.
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Essa é uma das primeiras movimentações do governo federal para coordenar uma resposta política e comercial a uma das medidas mais duras da gestão Trump contra o Brasil desde sua volta à Casa Branca.
O encontro ocorre poucas horas após comunicados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil) alertarem para o potencial destrutivo da tarifa: ameaça a empregos, investimentos, cadeias produtivas integradas e ao próprio equilíbrio da balança comercial.
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Ambas as entidades classificaram a decisão como "injustificada" e "perigosa". A CNI foi direta: "Não há qualquer fato econômico que justifique uma medida desse tamanho". Segundo a entidade, mais de 10 mil empresas brasileiras exportam para os Estados Unidos, e a ruptura comercial poderia desestabilizar setores inteiros da indústria nacional.
Já a Amcham Brasil, que há mais de um século atua na promoção do comércio bilateral, sublinhou o risco de um abalo de confiança estrutural na relação entre os dois países, que historicamente têm uma parceria comercial sólida e complementar.
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Em 2024, segundo a Amcham, os EUA registraram um superávit de US$ 29,2 bilhões sobre o Brasil. Ou seja: não se trata de uma disputa por desequilíbrio – os números estão a favor dos norte-americanos.