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Economia

Presidente da Enel deixa o cargo após crise de abastecimento de energia em SP

Nicola Cotugno estava no cargo de Country Manager desde outubro de 2018. Segundo a empresa, ele vai se aposentar e em seu lugar entrará Antonio Scala

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Nicola Cotugno era o Country Manager da Enel
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A Enel Brasil , companhia de eletricidade que abastece São Paulo, anunciou a saída do presidente da empresa, Nicola Cotugno, nesta 5ª feira (23.nov), 20 dias após um grande apagão atingir a cidade de São Paulo e outros 22 municípios do estado por causa de fortes temporais. Em seu lugar entrará Antonio Scala. O blecaute deixou no escuro 4,2 milhões de unidades consumidoras. A interrupção ocorreu após fortes chuvas e rajadas de vento que atingiram a região. Algumas regiões ficaram mais de cinco dias sem luz.

Cotugno era Country Manager da Enel no Brasil desde outubro de 2018. Ele estava na empresa desde 2009. Por causa do apagão em São Paulo a Enel é alvo de duas CPIs. Cotugno era esperado em uma audiência na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (22.nov), mas não compareceu. Segundo a Enel, Cotugno vai se aposentar.

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Em nota, a Enel explicou que a saída de Cotugno foi definida em reuniões de Conselho das distribuidoras e da Enel Brasil em outubro e o executivo decidiu prorrogar sua saída para 22 de novembro. Até a entrada do novo Country Manager, o presidente do Conselho de Administração, Guilherme Gomes Lencastre, assumirá a posição de forma interina.

Veja a nota a Enel Brasil

"Antonio Scala, executivo com 18 anos de trajetória à frente de diversas áreas na Enel, foi indicado como novo Country Manager da Enel Brasil. Scala substituirá Nicola Cotugno, que esteve à frente da companhia nos últimos cinco anos e agora deixa o Grupo para se aposentar. A saída de Cotugno foi definida em reuniões de Conselho das distribuidoras e da Enel Brasil em outubro. Para apoiar o processo de substituição e as recentes contingências, o executivo prorrogou a sua saída para 22 de novembro. Até que sejam concluídos os trâmites administrativos necessários para nomeação de Antonio Scala, o presidente do Conselho de Administração, Guilherme Gomes Lencastre, assumirá a posição de forma interina.

Antonio Scala entrou na Enel em 2009 como responsável de Gestão de Risco para Gerenciamento de Energia na Itália. Também atuou como Responsável de Desenvolvimento Industrial e de Serviços de Energia para o mercado residencial no País. Em seguida, ocupou a função de chefe de Planejamento e Controle de Global Trading e liderou a Enel Green Power na América do Sul. Formado em Administração de Empresas em 2002 em Roma, Scala atuou como Sócio Júnior na McKinsey & Company com foco nas áreas de energia, gás e finanças corporativas.

A Enel Brasil agradece a Nicola Cotugno por toda dedicação ao Grupo e seus colaboradores, além do destacado foco nos clientes e contribuição à sociedade. Sob sua gestão, a Enel se tornou uma empresa 100% renovável no País e ampliou em 76% a capacidade de geração eólica e solar. Em distribuição de energia, a empresa investiu R$ 17 bilhões de 2019 a setembro de 2023 nas áreas de concessão de São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará com foco na modernização da rede elétrica.

Nesse período, Cotugno promoveu a transição energética em diversas frentes, com o incentivo à mobilidade elétrica e parcerias para eletrificação sustentável de grandes empresas e cidades. No mercado livre, nos últimos cinco anos, a companhia mais do que triplicou o volume de energia entregue."

Prefeito de SP pediu suspensão da concessão

O prefeito Ricardo Nunes disse, no dia 16, que pediu a suspensão da concessão da Enel em São Paulo, durante visita a obras da prefeitura na Água Espraiada, região do Campo Belo, zona sul da capital.

"Pedi para Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para que cancelasse o contrato com a Enel, tal é nossa inconformidade. E isso não é por causa das chuvas do último dia 3 de novembro. Nós já vínhamos há muito tempo discutindo com a Enel uma série de questões. Tenho, por exemplo, cinco UBs aguardando a Enel fazer ligação de energia", disse 

A declaração do prefeito acontece após cerca de 280 mil pessoas ficarem sem luz na capital paulista. O prefeito ainda disse que a "situação é grave" e que a prefeitura entrou na Justiça contra a empresa.

"O problema é grave e não é só pela falta de resposta mais recentemente. Eles precisam melhorar muito e nós entramos na Justiça"

Ele também cobrou um posicionamento da esfera federal. "Agora o Governo Federal precisa ter uma postura", disse. Em nota, a prefeitura de São Paulo confirmou o pedido de cancelamento para Aneel. A Enel ainda não se posicionou sobre o tema.

Luz acaba durante CPI da Enel

A energia da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) caiu na manhã do dia 14, durante a reunião da CPI da Enel, que visa apurar possíveis irregularidades e práticas abusivas cometidas pela empresa na prestação de serviços de fornecimento de energia elétrica na região metropolitana. A luz piscou pelo menos duas vezes, mas logo foi restabelecida e as atividades retomadas. O incidente ocorreu pouco antes do início do interrogatório do presidente da Enel Distribuidora São Paulo, Max Xavier Lins, convocado para depor na condição de testemunha para dar explicação sobre o apagão que deixou 2,1 milhões de clientes sem luz em São Paulo, no último dia 3.

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