Importância do cenário externo para indústria cresce em 2022
CNI diz que 20,3% de tudo o que é produzido pelas fábricas passou a ser destinado ao comprador estrangeiro

Guto Abranches
O mercado externo voltou a ganhar maior relevância para a indústria brasileira ao longo de 2022. Estudo elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado nesta 6ª(29.set), aponta um aumento significativo no volume de produtos vendidos a compradores internacionais, em relação ao que é produzido no Brasil.
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O estudo Coeficientes de Abertura Comercial (CAC), traz quatro indicadores: O coeficiente de exportação - que reflete a parcela da produção direcionada ao mercado externo - teve um crescimento de quase dois pontos percentuais para chegar aos 20,3%. O índice anterior era 18,6% de 2021. Resultado do aumento do volume de produtos exportados em comparação com o que foi produzido no Brasil.
O CAC é um estudo anual produzido pela CNI em parceria com a Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex). "Os resultados dessa edição dos Coeficientes de Abertura Comercial reforçam a relevância das exportações e do comércio internacional como um todo para o aumento da competitividade da indústria brasileira e para a retomada do crescimento econômico do país", avalia a gerente de Comércio e Integração Internacional da CNI, Constanza Negri.
Setores da indústria
A maior parte dos setores da indústria aumentou a participação das exportações na produção interna - ou seja, produção maior para o que é feito para ser vendido no mercado global. Dos 23 setores avaliados, 15 concluíram o ano de 2022 com aumento no coeficiente de exportações, sete registraram queda e um permaneceu constante, na comparação com 2021. As altas, no entanto, foram significativas para cinco dos 15 setores.
- Celulose: destinou 44,3% de seus produtos para a exportação - em 2021 a proporção era de 37,9%. O índice atingido é o maior da série histórica.
- Fumo: alta de 10,2 p.p
- Madeira: 3,2 p.p
- Veículos automotores: 2,7 p.p
Importados presentes
A participação dos produtos estrangeiros no consumo nacional foi recorde pelo segundo ano consecutivo e aumentou 1,1 p.p em 2022 em relação ao ano anterior, alcançando 25,9%. Assim o indicador atingiu o nível mais alto da série histórica em preços constantes. Influência da volta ao consumo dos brasileiros no período, especialmente em setores como vestuário e acessórios; e de investimentos, como máquinas, apesar da desvalorização do real e da defasagem na resposta da quantidade importada à taxa de câmbio.
O uso de insumos industriais importados pela indústria brasileira também aumentou em 2022 e registrou valor recorde: 25,1%, contra 24,5% de 2021.
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