Onda de calor, ciclone e outros fenômenos: as mudanças climáticas já começaram
Entenda os efeitos na saúde e na economia, e a posição do Brasil na Assembleia da ONU
Pablo Valler
As mudanças climáticas já começaram e nós já estávamos atrasados, há vinte anos, tentando evitá-las. Imagine agora em meio às catástrofes? "Precisamos nos adaptar. Mas, agir agora! As inundações no Rio Grande do Sul, talvez, não pudessem ser evitadas. Mas, aquelas pessoas poderiam ter sido tiradas de lá tempos atrás", chama atenção a mestra Marta Camila Carneiro, bióloga, engenheira ambiental e especialista em ESG. Junto dela, a meteorologista Desirée Brandt lembra que "o leito do rio é muito maior do que o curso que corre ao longo do ano. Pode se expandir bastante com uma ocorrência de chuva acima da média".
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A dupla alerta os governos para a urgência em trabalhar com o tema. Inclusive, analisa a renovada, porém, ainda pouco prática participação do Brasil na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), realiza durante essa semana em Nova York. Lá, Marina Silva lançou as novas metas de redução de gases de efeito estufa: "Vamos retomar o nível de ambição que apresentamos originalmente na COP 21 e que tinha sido alterado no governo anterior. Elevaremos os compromissos brasileiros de redução de emissão de 37% para 48% até 2025 e de 50% para 53% até 2030", afirmou a ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática.
Apesar das promessas positivas, tanto do Brasil quanto de outros países, o que de fato será feito para evitar o aquecimento do planeta e que as pessoas sofram com as consequências? Não só com as reações da natureza, como as inundações ou as secas, mas também com o que pode acontecer à produção agropecuária. "As plantações devastadas vão resultar em preços maiores dos alimentos", exemplifica Marta Camila. Além de outros setores da economia, como conta Desirée: "A indústria têxtil que investiu na coleção de inverno desse ano baseada no que aconteceu ano passado, teve prejuízo. Poderia saber o que aconteceria esse ano se tivesse se informado sobre o tempo, o clima que agora tem muito mais influências".
Os extremos climáticos causaram US$ 120 bilhões em prejuízos no mundo somente em 2022, conforme análise da resseguradora alemã Munich. Outro dado alarmante é o número de mortos na Europa durante as ondas de calor: 16 mil.
Para saber mais sobre as consequências da mudança climática, acompanhe o Foco ESG:
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