Vencedor do Nobel de Economia defende elevar taxação de mais ricos
Joseph Stiglitz afirmou que medida geraria receita poderosa e ajudaria a conter desigualdade
O vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 2001, Joseph Stiglitz, defendeu, na 2ª feira (11.set), a adoção de um modelo tributário mais progressivo no Brasil, no qual pessoas mais ricas paguem mais impostos. A declaração foi dada durante evento no Supremo Tribunal Federal (STF), onde Stiglitz salientou o aumento da desigualdade no país.
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"Mesmo uma pequena taxa sobre as fortunas já geraria uma grande receita. Esse é um dos poucos 'benefícios' de se ter muita desigualdade em um país: poder taxar quem está no topo", disse o economista. Para ele, dividendos e ganhos de capital deveriam ser taxados "pelo menos" com os mesmo índices aplicados aos trabalhadores.
As observações de Stiglitz, que já foi economista-chefe do Banco Mundial, acontecem no momento em que o governo brasileiro tenta aprovar medidas para taxar os fundos de super-ricos e mudar as regras da tributação do capital aplicado em offshores (empresas no exterior). O texto, no entanto, está enfrentando resistência no Congresso Nacional.
Para Stiglitz, a taxação progressiva deve se tornar realidade "o mais rápido possível", uma vez que as condições do cenário econômico podem piorar com o avanço da Inteligência Artificial e outras tecnologias. "Não é falar em fazer isso em 20 anos. Em 20 anos, as coisas estarão muito piores e pode não ser possível lidar com as consequências", disse.
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As mudanças de taxação são defendidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que classifica-as como "justas". Isso porque, segundo o mandatário, os brasileiros mais pobres são os que mais pagam impostos no país, o que acelera o crescimento da desigualdade. "O que nós fizemos é uma coisa justa, sensata, que eu espero que o Congresso Nacional, de forma madura, ao invés de proteger os mais ricos, proteja os mais pobres."