Conheça o Sururote, moeda local que impulsiona economia de comunidade
Dinheiro comunitário é símbolo de transformação social no Vergel do Lago, em Maceió (AL)
Marcelo Moreno
Patrimônio imaterial de Alagoas e uma das principais iguarias da culinária do estado, o Sururu é fonte de renda para centenas de famílias. Mesmo com tantas referências, o molusco passou a representar mais um símbolo de transformação social no Vergel do Lago, em Maceió, ao se tornar moeda própria: o Sururote.
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O dinheiro comunitário começou a circular no bairro a partir da criação do Banco Social Laguna, há cerca de 4 anos. "O principal efeito que a gente tem causado é o desenvolvimento econômico do próprio território", diz Lisânia Pereira, presidente do Instituto Mandaver.
As cascas do molusco, que na maioria das vezes eram descartadas irregularmente, agora são levadas até uma unidade de beneficiamento. Lá, os resíduos servem como base para a fabricação de cobogós, elementos bastante utilizados na construção civil.
Após a troca e com recibo em mãos, as marisqueiras se dirigem ao Banco Laguna e recebem o valor correspondente em moeda comunitária.
O valor de 1 Sururote equivale a R$ 1,00. Por mês, a moeda comunitária movimenta no Vergel do Lago, aproximadamente, R$ 50 mil. 250 famílias são beneficiadas diretamente com o projeto.
Para o co-criador do Banco Laguna, o professor Leonardo Leal, o Sururote cumpriu o propósito de ser um vetor de mudança social, econômica e ambiental.
"Há impactos do ponto de vista socioeconômico, pedagógico, educacional e do ponto de vista político também, sem falar nos impactos ambientais e no reaproveitamento de um resíduo", diz ele.