Consumo nos lares brasileiros cresce 4,24% em julho
ABRAS aponta que reoneração dos combustíveis vai impactar preços de uma série de alimentos a partir de agora
O consumo nos lares brasileiros cresceu 4,24% em julho, de acordo com levantamento divulgado nesta 5ª(31.ago) pela Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS). Excetuado o crescimento específico do período de Páscoa (7,29%), a expansão do mês passado atingiu a maior marca do ano até agora.
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Quando comparada ao mesmo mês de 2022, o crescimento registrado chega aos 3,37%. De janeiro até agora, o consumo se amplia em 2,52%, cifra que corresponde às projeções do setor para o ano.
Perspectivas
A associação aponta, no entanto, alguma atenção especial devotada à reoneração dos combustíveis, prevista para o início de setembro: a Abras calcula que a in cidência de PIS/Cofins de R$ 0,11 por litro de diesel em setembro e mais R$ 0,03 por litro em outubro. Até agosto o imposto estava zerado. Os preços dos hortifrutigranjeiros, carnes, laticínios e alimentos industrializados serão impactados, de acordo com os supermercadistas. Um efeito em direção oposta ao que o setor tem experimentado.
"A queda expressiva nos preços dos alimentos para consumo no domicílio em julho sinalizou mais uma vez que as medidas de combate à inflação precisam ser mantidas, pois a busca por produtos de preços mais baixos reflete o comportamento de 54% dos brasileiros no momento de compor a cesta de abastecimento dos lares" - Marcio Milan, vice-presidente da ABRAS
Cesta AbrasMercado
Na compilação de preços da Cesta AbrasMercado, o conjunto de produtos abordados tiveram, em conjunto, o menor custo dos últimos 17 meses. A queda em julho foi de 1,51%, comparada a junho. Os preços, em média, recuaram de R$ 741,23 para R$ 730,06 - menor valor registrado desde fevereiro de 2022, quando o grupo de produtos bateu R$ 719,06. O indicador mede a variação da cesta composta por 35 produtos de largo consumo: alimentos, bebidas, carnes, produtos de limpeza, itens de higiene e beleza. Quedas nos preços dos produtos lácteos, da proteína animal e a menor pressão das cestas de higiene e de limpeza contribuíram para o recuo dos preços em todas as regiões pesquisadas. Confira alguns exemplos:
- Leite longa vida: - 1,86%
- Leite em pó: - 0,48%
- Queijos muçarela e prato: - 0,20%
As carnes seguiram a tendência de queda registrada no primeiro semestre, com variações negativas entre 1,44% (pernil) e 2,47% (dianteiro).
Entre os itens básicos, a única alta foi puxada por açúcar refinado (+1,58%). Já a queda mais expressiva foi registrada no preço do feijão (-9,24%).
Produtos de higiene e beleza tiveram queda de 0,69% no xampu e 0,11% no sabonete; os itens de limpeza tiveram o sabão em pó com queda de -0,80% nos preços.
Por regiões
A maior queda no indicador ocorreu na região Sudeste (-1,58%), seguida de Sul (-1,13%), Nordeste (-1,13%), Norte (-1,05%), Centro-Oeste (-1%).
A cesta de alimentos básicos - extraída dos 35 produtos da AbrasMercado - caiu 2,07% em julho. O preço, na média nacional, caiu de R$ 316,29 para R$ 309,75.
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