CNI aponta 10 prioridades da indústria para encontro do B20
Fórum empresarial que acontece neste final de semana é preparatório para o G20, no mês de setembro
O G20 acontece no mês de setembro em Nova Delhi, na Índia, em um momento considerado desafiador para as principais economias do planeta. Às voltas com temores de uma recessão que pode ser global -- em maior ou menor grau para cada nação -- e combinando política monetária e fiscal com as necessidades de investimento e de lucratividade dos países e dos investidores, os representantes das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia listam suas prioridades. Quarenta e quatro propostas foram elaboradas pelas forças-tarefas e conselhos formados por líderes empresariais de países do G20, em temas como comércio, inovação e sustentabilidade.
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O foco é a abordagem de questões globais como comércio, mudanças climáticas, desenvolvimento sustentável, saúde, agricultura, energia, meio ambiente e anticorrupção. Do lado do setor privado, o Business 20 (B20) é a ligação entre a comunidade empresarial e os governos que integram o G20. O encontro das entidades privadas acontece entre 25 e 27 de agosto também na Índia, e é considerado preparatório para a conferência global. O objetivo é entregar recomendações de políticas concretas para influenciar a agenda do bloco.
Lista
A delegação brasileira reúne mais de 20 representantes do setor, com altos executivos de Embraer, Cedro Têxtil, Siemens, Tupy, Marcopolo e Natura. As recomendações do setor privado serão entregues aos chefes de Estado na reunião do G20, em setembro. Em dezembro de 2023, a CNI assume a presidência rotativa do B20 para o ano de 2024. Entre as recomendações relacionadas pelos conselhos, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), que representa o setor privado brasileiro no fórum empresarial, destacou dez recomendações de alta prioridade para a indústria brasileira.
- 1) Identificar ações para tornar as cadeias globais de valor mais resilientes e sustentáveis para garantir um fluxo eficiente de bens e serviços
- 2) A digitalização do comércio (Trade 4.0) via aplicação de tecnologias avançadas relacionadas às técnicas de produção e das operações de comércio
- 3) Acelerar a capacitação da força de trabalho para se adaptar às mudanças nas demandas da indústria
- 4) Fortalecer a colaboração global para acelerar a transição para a emissão líquida zero
- 5) Melhorar o acesso das micro, pequenas e médias empresas ao financiamento e reduzir o custo de capital para promover o crescimento inclusivo
- 6) Promover a transformação empresarial para micro, pequenas e médias empresas, por meio do acesso a financiamento sustentável, a uma ferramenta digital específica reconhecida globalmente e a um ambiente regulatório favorável
- 7) Criar um Laboratório e Biblioteca Virtual de Tecnologia como uma plataforma para promover a colaboração em pesquisa e desenvolvimento (P&D), transferência de conhecimento das melhores práticas de tecnologia e disseminação das informações mais recentes sobre recursos/fundos disponíveis globalmente
- 8) Padronizar os protocolos da Indústria 4.0 para acelerar a transferência de tecnologia e o compartilhamento de conhecimento sobre as melhores práticas da indústria
- 9) Promover a economia circular e práticas sustentáveis de cadeia de suprimentos, facilitando a pesquisa sobre materiais alternativos, rastreabilidade de materiais reciclados e estabelecendo padrões globais para materiais verdes
- 10) Estabelecer padrões e divulgações ESG (Ambiental, Social e Governança) universalmente adaptáveis que sejam abrangentes, transparentes, inclusivos e equitativos, em todas as geografias.
O presidente eleito da CNI, Ricardo Alban, que assume o cargo a partir de 31 de outubro, vai liderar a missão brasileira de altos executivos para B20, a reunião que vai apresentar as prioridades do setor privado para o G20.
"O fórum é estratégico para posicionar a indústria brasileira como ator global relevante na formulação de pautas prioritárias. Com o Brasil à frente do G20 e a CNI liderando o B20 teremos uma oportunidade única para alavancar as prioridades e influenciar as discussões e adoções de políticas junto às principais economias do mundo", afirma o presidente eleito da confederação, Ricardo Alban
No final do ano, o Brasil assume a presidência rorativa do G20.
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