Standard & Poor's revisa perspectiva da nota brasileira para positiva
Maior certeza fiscal e monetária podem beneficiar o crescimento e ajudar a flexibilizar os juros, diz agência
A agência de classificação de riscos Standard & Poors elevou a perspectiva da nota de crédito da economia brasileira. A decisão foi divulgada no final da tarde desta 4ª (14.jun). É para o chamado rating de classificação pelas agências que a comunidade financeira internacional - bancos e organismos multilaterais - olham na hora de decidir ceder empréstimos e outras vias de financiamento para um país. Além disso, os investidores ao redor do mundo também observam essa classificação na hora de fazer aportes de capital nos vários países.
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Na prática, a reavaliação aponta para uma visão minimamente mais otimista quanto à capacidade de o Brasil honrar seus compromissos e de pagar suas dívidas. A S&P apontou a certeza maior de que as políticas monetária e fiscal possam beneficiar o crescimento do país, além de amparar a chance de uma flexibilização monetária. Foram considerados o crescimento continuado da economia e o arcabouço fiscal formatado pelo governo, cuja proposta deve ser votada em breve no Congresso Nacional.
Outro efeito possível das atuais políticas da área econômica é um peso menor do custo dos juros sobre a dívida pública. Foi a primeira revisão de perspectiva da nota brasileira em 4 anos. O próximo passo pode ser a efetiva elevação da nota.
Ministro Haddad
Sem disfarçar que tinha "motivos para comemorar" depois do anúncio da S&P, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, conversou com os jornalistas na porta do ministério. Haddad avaliou que a sinalização pela agência decorre da sensibilidade dos três poderes da República no sentido de implementar avanços na área econômica. Ele agradeceu textualmente ao Congresso Nacional e ao Judiciário, sem deixar de mencionar o executivo do qual faz parte. Segundo o ministro, cada um dos poderes tem tomado iniciativas no sentido de promover uma retomada da economia, na direção correta.
Haddad não deixou, inclusive, de pontuar que ante este cenário de participação, "falta o Banco Central" atuar alinhado aos demais componentes do cenário político-econômico - numa explícita citação a quem decide a política de juros do país.
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