Após 20 anos, Cade encerra processo de compra da Garoto pela Nestlé
Justiça estabelece condições para definir acordo que permite à multinacional absorver marca brasileira
Vinte anos depois da compra, a Chocolates Garoto é da Nestlé. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) liberou a aquisição depois de um processo que durava desde 2002.
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A compra aconteceu naquele ano, mas acabou barrada pelo Conselho. Após uma sucessão de recursos e bloqueios, a Justiça determinou, em 2009, que a compra fosse julgada novamente. Nesta 4ª (7.jun), os conselheiros concordaram em definir novas condições para o fechamento de um acordo com a Nestlé, que ainda tem de ser oficializado.
Estão entre as condições impostas à multinacional suíça:
- A Nestlé deve informar ao Cade suas novas aquisições
- A empresa deverá observar uma limitação nas futuras aquisições: nenhuma poderá exceder 5% do mercado nacional de chocolates
- A empresa não poderá atuar em questões que envolvam tributos para importação por outras companhias nem dificultar o acesso de empresas do setor ao mercado nacional
- A produção na unidade da Garoto em Vila Velha (ES) deve ser mantida
Mercado nacional de chocolates
À época da negociação entre as empresas, a Garoto detinha cerca de 24% do mercado nacional de chocolates. A Nestlé tinha 31%. No cenário atual, a participação das empresas em conjunto seria de cerca de 50%, devido a mudanças no mercado nacional -- o surgimento de novas grifes brasileiras de produção de chocolates -- e às entradas de novas marcas no Brasil.
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