Inflação do aluguel fica negativa no mês de abril: - 0,95%
Preços de maior peso como soja e minério de ferro caíram; gasolina e energia tiveram altas
Guto Abranches
O Índice Geral de Preços - Mercado caiu 0,95% em abril, contra alta registrada em março de 0,05%. O resultado leva o indicador acumulado do ano a registrar deflação de 0,75%. No período de doze meses, a inflação está negativa ainda mais intensamente: 2,17% acumulados. Na comparação anual, vale ressaltar que o índice de abril de 2022 havia subido 1,41%, para acumular alta de 14,66% no período de doze meses terminado naquele mês. Confira abaixo o gráfico completo do indicador de um ano para cá.
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O indicador, que é apurado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), é comumente chamado de "a inflação do aluguel", por ser frequentemente usado para cálculo do reajuste de aluguéis. Na apuração divulgada nesta 5ª feira (27.abr), vários itens do pacote acompanhado pela FGV apresentaram reduções importantes de preços, como explica o Coordenador dos Índices de Preços da Fundação, André Braz.
"Os preços de importantes commodities para o setor produtivo seguem em queda. Soja (-9,34%), milho (-4,33%) e minério de ferro (-4,41%), abrem espaço para descompressão dos custos de importantes segmentos varejistas favorecendo a chegada desses efeitos nos preços ao consumidor. O IPC, ainda que esteja registrando desaceleração, segue pressionado pelos reajustes de preços administrados, como gasolina (2,39%), energia (1,31%) e medicamentos (2,02%). Além disso, os serviços livres também persistem com inflação em elevado patamar. Entre os itens deste segmento, vale destacar o aluguel residencial com alta de 1,31% em abril", afirma André Braz, Coordenador dos Índices de Preços.
Composição do IGP-M
- IPA
O componente que responde por 60 por cento do indicador, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), caiu 1,45% em abril, após queda de 0,12% em março. A principal contribuição para este resultado partiu do subgrupo alimentos processados, cuja taxa passou de -0,96% para 0,65%, no mesmo período.
A taxa do grupo Bens Intermediários registrou nova queda passando de -1,08% em março para -1,74% em abril. O principal responsável por este movimento foi o subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cujo percentual passou de -0,52% para -1,23%.
O estágio das Matérias-Primas Brutas caiu 3,20% em abril, após variar 0,71% em março. Contribuíram para a queda do grupo os seguintes itens: minério de ferro (4,95% para -4,41%), soja em grão (-3,24% para -9,34%) e milho em grão (-1,34% para -4,33%).
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IPC
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) representa 30% do IGPM cheio. No mês de abril, o IPC variou 0,46%. Em março o índice variara 0,66%. Três das oito classes de despesa componentes do índice apresentaram decréscimo em suas taxas de variação. A maior contribuição partiu do grupo Transportes, cuja taxa de variação passou de 2,22%, para 0,85%. Nesta classe de despesa, cabe mencionar o comportamento do item gasolina, cujo preço variou 2,39%, ante 6,52% na edição anterior. Também cederam Habitação (0,84% para 0,62%) e Comunicação (0,46% para 0,21%).
- INCC
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,23% em abril, ante 0,18% em março. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de março para abril: Materiais e Equipamentos (-0,07% para 0,14%), Serviços (0,88% para 0,65%) e Mão de Obra (0,27% para 0,23%). O INCC tem peso de 10% do indicador.
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