Brasil campeão mundial de juros reais: 6,94% ao ano
Segundo Infinity Asset, país se mantém na ponta do ranking pelo 11º mês; Estados Unidos tem taxa positiva
Guto Abranches
O Brasil está no topo do ranking mundial de juros reais, com 6,94% já descontada a inflação. O levantamento referente ao mês de março é da gestora de investimentos Infinity Asset e foi divulgado nesta 3ª feira ( 21.mar).
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Dessa forma, o país mantém a posição que conquistou em maio do ano passado (ainda com juros Selic a 13,25%). Na pesquisa anterior, a taxa de juros reais brasileira era de 7,38%. A diferença decorre da conta feita entre a taxa referencial - hoje em 13,75% a mesma na tabela para fevereiro - desinflacionada pela projeção de juros estimada para os 12 meses seguintes.
Em segundo lugar vem o México, que cresceu de 5,53% para 6,06%; e em terceiro o Chile, que variou de 4,71% para 4,92%. Os países mantiveram suas posições em relação ao mês anterior. Confira no quadro abaixo.
Já os Estados Unidos saíram da posição número 15 em fevereiro para 12º agora: o país tinha taxa negativa de 0,03% e agora já aparece com + 0,36%. Note-se que os EUA estão entre os países que promovem franco processo de elevação de juros para enfrentar a inflação. O Brasil iniciou a subida dos juros em março de 2021 e mantém a Selic no nível atual desde agosto do ano passado - enquanto agentes econômicos e políticos pressionam pelo início dos cortes nos juros.
A reunião do Copom, que termina nesta 4ª feira (22.mar), deve manter a taxa e sinalizar por um corte na reunião do início do mês de maio, na visão da maioria dos analistas. " Nossa projeção contempla possibilidade de 80% para manutenção, 15% corte de 50 bp ( 0,50 pp) e 5% alta de 50 bp (0,50 pp)", avalia Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset. As análises do escritório levam em conta ainda um cenário de atenção com a inflação global, mas menor intensa.
"Observou-se uma redução das pressões de inflação global, perdendo força em parte das medidas, dadas as retomadas dos embarques industriais na China, e relativa estabilidade da questão russo/ucraniana, com redução da pressão de energia, mas contínua ainda em alimentos e serviços na Europa e no mercado de trabalho nos EUA" - Jason Vieira, Infinity Asset
Nada muda
De acordo com a pesquisa, o Brasil vai manter a posição seja qual for a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre os juros: seja de corte de juros de 0,50 pp ou até uma alta de 0,50 pp, aponta a especializada. No ranking, entre 40 países, 42,50% mantiveram os juros, enquanto 55,00% elevaram as taxas e 2,50% cortaram.
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