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Economia

Bancos ainda não estão preparados para atender com critérios ESG

Revelação é da Soluções Inclusivas Sustentáveis (SIS), que analisou e lançou relatório com recomendações

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ESG
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"É preciso que os bancos realmente assumam a pauta ambiental e que a pauta não fique restrita apenas ao discurso", alerta a fundadora da Soluções Inclusivas Sustentáveis (SIS), Luciane Moessa, ao divulgar o relatório "Recomendações para fortalecimento da consideração de questões climáticas e socioambientais na regulação bancária brasileira", lançado em primeira-mão no Foco ESG, do SBT News.

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O videocast recebeu no estúdio a pós-doutora em Direito Econômico e pesquisadora da Universidade Luigi Bocconi, que fica em Milão, na Itália. A profissional tem grande experiência em sistemas financeiros mundiais e percebeu que no Brasil o ESG é mais divulgado do que colocado em prática. Muito dessa falta é causada por falta de preparo dos profissionais, que não tem conhecimento sobre o que deve ser cobrado dos clientes interessados em crédito ou investimento.

É essa situação que revela como as próprias instituições financeiras não entendem o tamanho de sua responsabilidade. Luciane destaca, por exemplo, "a necessidade de verificar se as equipes de sustentabilidade [das empresas] contam com a dimensão, qualificação técnica e orçamento adequados para dar conta de suas responsabilidades". Dessa forma, há bancos liberando ou recusando valores de forma injusta. "Há negócios sendo fechados sem a cobrança do licenciamento ambiental da empresa, um critério básico", denuncia.

Luciane vai além. Os bancos não estão sendo regulados pelos órgãos competentes, como o Banco Central. Atualmente, as instituições financeiras adotam critérios baseados no risco financeiro da transação individual, considerando valor da transação ou porte da empresa, não no nível de risco socioambiental, alinhada a políticas públicas socioambientais e climáticas". Vale lembrar que desde 1º de julho de 2022 o Banco Central instituiu uma nova Política de Responsabilidade Social, Ambiental e Climática (PRSAC), justamente, para adaptar os negócios.

Tais questionamentos colocam em dúvida as pontuações ESG existentes no mercado financeiro. São listas que mostram o posicionamento das empresas, o quanto estão bem ou mal em relação aos critérios. Será que os bancos avaliaram corretamente? 

Esses dados foram compilados, por exemplo, pela Serasa Experian, que montou o Score ESG Agro. Mais de 160 mil produtores rurais que contrataram ou tentaram contratar créditos estão nele. Foi constatado que 99% dos analisados estão em conformidade com o ESG. O restante "apresenta infrações gravíssimas e pode ser considerado detrator do agronegócio", diz o Head de Agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta, que também participou do episódio.

"Se todas essas infrações fossem autuadas, as instituições financeiras e seguradoras poderiam ter um prejuízo de até R$ 90 bilhões, pois as empresas concedentes podem ser consideradas responsáveis solidárias, sem contar o risco de reputação e de imagem, que são imensuráveis", explica ele, que não descarta alguns bilhões a mais agora que o estudo sobre os bancos revelou tantos problemas.

Confira a íntegra da entrevista no Foco ESG:

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