Haddad diz que Copom poderia ter sido mais generoso com o atual governo
Para o ministro, as incertezas fiscais são referentes ao governo anterior; taxa Selic é mantida
![Haddad diz que Copom poderia ter sido mais generoso com o atual governo](/_next/image?url=https%3A%2F%2Fsbt-news-assets-prod.s3.sa-east-1.amazonaws.com%2FHaddad_diz_que_Copom_poderia_ter_sido_mais_generoso_com_o_atual_governo_a94199f60e.jpg&w=1920&q=90)
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na 2ª feira (6.fev) que o Banco Central (BC) "poderia ter sido mais generoso" com o atual governo na nota do Comitê de Política Monetária (Copom). O comunicado apontou o aumento das incertezas fiscais como justificativa para manter a taxa Selic em 13,75% ao ano por mais tempo que o inicialmente previsto.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
"Não vamos, em 30 dias de governo, resolver um passivo de R$ 300 bilhões herdado do governo anterior, mas o nosso compromisso é com o equilíbrio das contas e anunciei em 12 de janeiro o que vamos perseguir por resultados melhores", disse. O Copom não descartou a possibilidade de voltar a elevar a taxa de juros caso a inflação não convirja para a meta até 2024, que é de 3% com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo.
Haddad ressaltou que já tomou providências para amenizar as incertezas mencionadas pela autoridade monetária. "No primeiro dia de governo, tomamos medidas revogando a irresponsabilidade dos dez últimos dias do governo anterior, que tomou cinco medidas desonerando uma série de setores e prejudicando a arrecadação do primeiro ano do governo Lula". Segundo o ministro, a política fiscal ajuda a política monetária.
As indicações para as duas diretorias do BC que ficarão vagas neste ano obedecerão a critérios técnicos com sugestões do presidente do banco, Roberto Campos Neto. Os nomes serão levados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de acordo com Haddad. "Em todo o período que estivemos à frente dos governos, nós sempre indicamos para as diretorias do BC nomes técnicos que tenham condição de cumprir da forma mais apropriada os deveres e as competências do cargo que será ocupado", declarou.
Os mandatos do diretor de Política Monetária, Bruno Serra, e do diretor de Fiscalização, Paulo Souza, acabam em 28 de fevereiro.