"Anúncio de ministros foi feito em dia estratégico", afirma economista
Professora da FGV analisa que transição "neutralizou" precificação do mercado ao anunciar nomes antes de jogo
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A economista e professora da FGV Carla Beni avalia que a decisão do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de anunciar os primeiros nomes de ministros a compor a Esplanada minutos antes do jogo do Brasil foi "interessante e muito hábil".
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"O jogo terminou 15h, teve prorrogação, o mercado não retoma agora da forma que ele retomaria no começo do dia. Amanhã é sábado, ou seja, esse assunto vai ficar para a 2ª feira (12.dez). O mercado precifica e Lula neutralizou a precificação do mercado fazendo esse anúncio hoje", avaliou Beni.
As escolhas não foram uma supresa. A imprensa já vinha apontando os nomes escolhidos na última semana: Fernando Haddad para a Fazenda, José Mucio para a Defesa, Flávio Dino para a Justiça, Rui Costa para Casa Civil e Mauro Vieira para as Relações Exteriores. O dia foi encerrado com um leve aumento do dólar de 0,56% e uma alta de 387 pontos no Ibovespa.
Beni acredita que não há conflito em Fernando Haddad não ser economista. "Eu acredito que essa foi uma decisão acertada no sentido de que ele compõe o núcleo central do PT, então o PT puxa para ele essa pasta, isso tem uma relevância. Outro ponto importante é que colocaram um político no meio de um país tão fragmentado e no diálogo com o Congresso. Uma terceira questão que a gente também pode levar em conta é pavimentar o próprio Haddad para uma sucessão daqui quatro anos."
A professora lembra que este será o primeiro governo iniciado em meio à independência do Banco Central, o que pode garantir mais segurança em indicadores econômicos. "Repare que não se discute quem será o presidentente do Banco Central, porque, depois de muito tempo aguardando, a independência foi aprovada. Então, a questão central do próprio Banco Central, que é trabalhar com juros, cuidar da inflação, cuidar do crédito, isso aí está posto está dado", apontou.