Perdas do Comércio com bloqueios em rodovias podem superar as de 2018, diz CNC
Há quatro anos, caminhoneiros fizeram greve por dez dias em maio
Guilherme Resck
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) alertou nesta 3ª feira (1º.nov) que as interrupções do fluxo rodoviário realizadas por manifestantes nesta semana no país podem gerar perdas maiores, à atividade comercial do Brasil, do que a greve dos caminhoneiros de 2018 gerou.
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A greve, há quatro anos, começou em 21 de maio e foi até o dia 30 daquele mês. A paralisação, diz a CNC, fez o volume de vendas do varejo cair 5,8%, "com perda diária de R$ 1,8 bilhão". "O custo total para o varejo, em valores atuais, foi de R$ 18 bilhões, contabilizados ao longo dos 10 dias de bloqueios", acrescenta o comunicado da entidade.
A afirmação de que as perdas agora podem ser maiores leva em consideração o fato de que as empresas do setor passaram a ser mais dependentes de serviços de entregas, em decorrência de terem passado a operar com estoques reduzidos por causa da pandemia. Ainda de acordo com a CNC, o registro das perdas "tende a ser gradual, na medida em que o varejo conta com estoques que, dependendo da duração dos bloqueios, será consumido até a normalização do fluxo de mercadorias".
Entretanto, a interrupção do fluxo rodoviário, relembra a entidade, pode impactar também o aumento dos custos para o comércio, principalmente os relacionados ao transporte. Em maio de 2018, por exemplo, a redução dos estoques fez o preço da gasolina aumentar 3,34%, e o do óleo diesel, 6,16%, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
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