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Ibovespa tem máxima superior a 120 mil pontos e quinta alta consecutiva

Cenário doméstico apura o olhar sobre a eleição presidencial; perspectiva de juros subindo menos nos EUA

Ibovespa tem máxima superior a 120 mil pontos e quinta alta consecutiva
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O mercado acionário nacional passou boa parte do dia mandando sinais de que estava muito afim de romper os 120 mil pontos. Motivos pra isso, tinha: no campo da política, uma maior segurança quanto aos perfis dos candidatos à Presidência, em briga renhida no segundo turno. No cenário externo, acenos menos "hawkish" por parte da autoridade monetária americana. Daí... não deu outra.

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No ajuste final do pregão, o índice até escorregou um tanto pra baixo: fechou em alta de 2,35% aos 119.928 pontos. Mas durante as negociações chegou a superar a barreira. Na máxima do dia, o Ibovespa bateu em 120.751 pontos. Na semana, alta na casa de 7%, melhores sete dias em quase dois anos. E foi ainda o quinto resultado de alta seguido. Tem um zum-zum-zum de 130 mil pontos lá pelo primeiro trimestre do ano que vem, com o Ibovespa voltando a bater a marca histórica de 2021. 

Escolha feita

Entre operadores e analistas, é bem recebida a definição pouco a pouco da eleição presidencial. Passado o primeiro turno, o mercado ganhou impulso forte, assumiu com gosto o "rally" do dia a dia: disputas acirradas pelos ativos. Explica-se. Ainda que não se possa prever o desfecho da corrida ao Planalto, o que o mercado financeiro parece comemorar é o fato de já "conhecer" bem o histórico e até os governos dos dois candidatos. "O rally vem muito forte desde o final do primeiro turno. Sinal de que o mercado não necessariamente está pendendo pra um lado. Mas de que, quem ganhar, o mercado já conhece, isso trouxe uma clareza muito forte", calcula Danielle Lopes, sócia e analista da Nord Research. No fundo é recuperar a velha máxima de que o mercado quer previsibilidade, não gosta de surpresas -- nem das boas. Vai daí que, se já consegue fazer as contas de consequências da eleição de um ou de outro e, a partir daí, sabe para onde ir, é meio que "se garantir" ante qualquer cenário. 

Lição de casa

Some-se a isso o fato de o Brasil ter iniciado uma escalada de juros básicos há mais tempo que as principais economias: remédio amargo para enfrentar a inflação. Naquele contexto, 12 meses atrás, o mercado doméstico passou a "precificar a crise", como dizem os analistas. Um dos resultados, não necessariamente o mais desejado, foi baixar os preços dos papéis a ponto de torná-los não atraentes: praticamente irresistíveis. 

"A gente está tão barato do ponto de vista de preços e etc, que o segundo turno com dois candidatos já conhecidos pelos seus atos, perlos seus governos, já traz muito otimismo pra bolsa não parar de subir. A gente imagina que esse rally pós eleições deve continuar" 
Danielle Lopes, Nord Research

Lição de fora

Não sai do cenário, igualmente, a realidade da economia global. Para este recorte, valem também observações citadas acima. Enquanto nações peso-pesado convivem com alta de inflação e de juros, os impactos mais positivos da adoção de política monetária de igual teor, pelo Brasil, anteriormente, abrem espaço para um "mar azul" do mercado acionário nacional. Claro que sem tirar os olhos dos indicadores e dos prognósticos para a tomada de decisões nos Estados Unidos, pelo Banco Central deles, o Federal Reserve (Fed), destacadamente nas reuniões de novembro e dezembro. É quando o Comitê de Mercado Aberto (Fomc, em inglês) define as novas marcas para os juros básicos da economia. 

Já há algum tempo, nos mercados americanos, circula uma noção em boa medida consensual de que o aperto dos juros x inflação continue. As previsões dão conta --- majoritariamente --- de alta de 0,75 ponto percentual em novembro e mais uma puxada da mesma intensidade no meio de dezembro. Se confirmadas, as elevações vão conduzir os juros americanos para o intervalo entre 4,5% e 4,75% até fechar o ano. Ou seja, que o aperto está no horizonte, está. 

Menos é mais

Mas cada vez mais têm sido consideradas, também, possibilidades algo alternativas, sobretudo para os números do último mês do ano. Uma alta de 0,50pp em dezembro, entrou no radar. E até mesmo subir só 0,25pp já é admitido por alguns setores, entre os especialistas. Reflexo nas bolsas de lá e daqui. "Dia altista para a bolsa local [Ibovespa], impulsionada pelas altas nas bolsas em NY, após artigo de colunista do WSJ sugerir que o Fed pode reduzir o ritmo de alta de juros para 0,50% na reunião de dezembro", indica Nicolas Borsoi, economista chefe da corretora Nova Futura. De fato, a visão menos "hawkish", menos agressiva sobre os juros, levou otimismo aos mercados nos Estados Unidos. No fechamento, o Dow Jones subiu 2,47%; o S&P 500 teve + 2,38%. E o Nasdaq + 2,31%. No mercado de câmbio, o dólar cedeu 1,38% para ser cotado para venda a R$ 5,14. 

E não para por aí. Nos próximos capítulos, ou pregões, novas discussões sobre a visão de algumas autoridades do Federal Reserve, que colocam a possibilidade de o Fed rediscutir a necessidade de mais elevações. A conferir. 

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