Negócios e marcas fortalecidas
Consolidação de comunidades em torno da marca é um pilar importante para o crescimento na Nova Economia
João Kepler
Na Nova Economia, os negócios nascem (ou se reinventam) e isso se torna possível quando as marcas se estabelecem de forma a contar suas histórias com propósito que as conecta com seus clientes e cria, consequentemente, verdadeiros embaixadores da marca.
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E essa troca, com fundamento na empatia e alinhamento de pensamentos e representatividade, se consolida com o surgimento das comunidades em torno da marca e os seus resultados.
Ou seja, uma empresa precisa mostrar um discurso que esteja alinhado com sua verdade mais intrínseca, mais intima e com isso gerar engajamento e fidelidade. Seus produtos e serviços vão apenas ratificar toda a história e propósito que foram antes apresentados.
Na Nova Economia, empresas que se destacam são aquelas que criam conexões e entregam valor, de verdade (leia-se cujo consumidor percebe e valoriza).
Entregar valor não quer dizer que a empresa focada NO cliente, a questão não é mais NO cliente e sim DO cliente, dele, como a marca é forte e gera engajamento, a empresa trabalha e atende pela perspectiva DO cliente. Ou seja, tudo gira em torno da marca e os seus resultados, os clientes estão envolvidos e fazem parte de uma comunidade em torno da marca.
Para entender isso, a Consultoria Allíden em coparticipação com a plataforma de conteúdo Snaq, realizou a primeira pesquisa no Brasil sobre construção e posicionamento de marca na Nova Economia.
A consolidação e tratamento dos dados ficou por conta da MindMiners, empresa de tecnologia referência no mercado que realiza as pesquisas através de uma plataforma de human analytics.
O estudo apresenta a visão de 335 lideranças de startups e empresas de tecnologia e mostra ainda porque no novo cenário digital construir marca será uma premissa para qualquer negócio. E os resultados nos ajuda a entender como a Nova Economia acelerou processos e contribuiu de forma efetiva para a evolução do ecossistema brasileiro de negócios.
Elenquei os principais insights:
- Marcas líderes formam conexões emocionais profundas porque defendem algo com o qual as pessoas se importam. Ao falarmos sobre marcas, na verdade estamos falando sobre o que estas empresas representam ou defendem, em sua mais profunda essência.
- Para impulsionar o sucesso no cenário de consumo atual, a marca não pode ser apenas uma camada que fica no topo; ela tem que estar apoiada em todo o negócio e é fundamental que líderes das áreas da empresa não só tenham clareza, mas também assumam as diretrizes da marca. Afinal, empresas são lideradas por pessoas, assim como são suas marcas.
- O Brasil nunca ocupou os rankings das marcas mais valiosas do mundo. Mas, a maturidade sobre a construção de marca evoluiu com a vinda do Nubank. No Podcast Os Sócios, Cristina Junqueira comenta: "A marca é a tangibilização da essência da empresa, é a cultura, é o produto, é tudo uma coisa só".
- Uma empresa que alia seu discurso à prática cria conexões emocionais com as pessoas e constrói uma marca forte.
- Na Nova Economia existem empresas que transformam ou criam novas categorias e se tornam referência para outras empresas que desejam fazer o mesmo.
- As empresas que inovam localmente transformam globalmente. Do ponto de vista global, os Estados Unidos detêm a maioria das marcas da nova economia lembradas pela amostra. Estas empresas constroem experiências guiadas por suas crenças e pela mudança que desejam promover na sociedade. São capazes de transformar de tal maneira uma categoria que se tornam referência para outras empresas.
- O trabalho de construção de marca deve ser encarado como um processo cuja gestão irá garantir os valores da marca no longo prazo. Assim, a marca dá elasticidade para a empresa evoluir seus produtos ou até mesmo seu modelo de negócios. O mais importante é manter a essência.
- A percepção que a marca passa para o mercado começa no primeiro dia que o negócio começou a operar. Mas, será que a marca da sua empresa transmite os atributos corretos para o mercado alvo através da sua comunicação e da sua identidade visual e verbal? Será que a marca comunica o que a empresa acredita na sua mais profunda essência? Deixa claro o que a empresa tem de único? Atrai os clientes certos?
- Construir marca significa sustentar valores e crenças e firmar um posicionamento que irá atrair pessoas que se identificam com isso. Mesmo assim, um bom posicionamento não salva liderança ou produto ruim. Por isso uma marca precisa sustentar seus valores em tudo o que faz.
- O time precisa ter muita clareza sobre a visão estratégica da marca e que estas se fortalecem no mercado através da consistência da entrega e da repetição na comunicação.
Esse estudo reforça que toda a comunicação traduzida não só como conteúdo, mas também como Identidade Visual e Verbal vão ajudar na diferenciação. Na Nova Economia, marcas são reconhecidas pela forma como se comunicam e essa amostra, percebe desta forma.
Ter características próprias e ser capaz de sustentar seus valores e crenças nos leva ao reconhecimento, e à reputação da marca. Enquanto o reconhecimento representa o vínculo entre os clientes e a marca, por conta de identificação, a reputação está atrelada ao respeito e a credibilidade que esta marca adquiriu no mercado, que foi gerada, a partir do valor gerado na vida das pessoas.
Na Nova Economia, negócios e líderes precisam desenvolver ? antes de tudo, a capacidade de transformar suas ideias e produtos em resultados que vão impactar a vida dos seus consumidores e clientes. Não é uma jornada simples, mas é possível. Prova disso é a quantidade de marcas e negócios que já promoveram essas
transformações e seguem como inspiração para as demais.
Na Bossanova Investimentos, por exemplo, fomos além da marca e desses conceitos aqui apresentados, criamos um verdadeiro ecossistema em torno da nossa marca Bossanova. Sobre ecossistema e como funciona, vou escrever outro artigo aqui nesta coluna.
O momento é de arregaçar as mangas, buscar informações e promover as mudanças necessárias dentro da sua empresa para se adaptar à Nova Economia.
Pense nisso e conte comigo!