Consumo nos lares brasileiros cresce 7,75% em julho, aponta Abras
Número maior de finais de semana no mês deu fôlego a mais idas aos supermercados
Guto Abranches
O consumo nos lares brasileiros cresceu 7,75% em julho, em relação ao mês anterior. No acumulado de 12 meses, a alta é de 2,57%. Em relação ao mesmo mês do ano passado, a alta chega a 8,02%. Os dados fazem parte de levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). O resultado contempla os formatos de loja atacarejo, supermercado convencional, loja de vizinhança, hipermercado, minimercado e e-commerce.
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De acordo com a avaliação dos supermercadistas, a desaceleração nos preços de alguns alimentos contribuiu para a alta do consumo. Com especial detalhamento para o fato de julho ser o mês que antecede a liberação de recursos do pacote de benefícios aprovado pelo Congresso Nacional. Ou seja, o indicador seguinte, a ser divulgado em meados de outubro, pode apontar novas altas.
Causa e efeito
Alguns preços vinham bastante pressionados, muito por conta de questões relacionadas ao clima e ao cenário internacional (no caso das commodities). "Se mantida a menor pressão inflacionária, o consumo tende a ser crescente neste segundo semestre diante do crescimento do emprego e dos recursos injetados na economia", aponta Márcio Milan, vice-presidente da Abras.
Outro fator a contribuir para a alta foi o efeito calendário. Julho tem cinco finais de semana, dias que concentram as compras de boa parte dos consumidores. Resultado: mais idas às lojas, mais impulso para as vendas.
Indicador doméstico
A associação dos supermercados tem um indicador entabulado por seus próprios técnicos: a cesta de 35 produtos de largo consumo (alimentos, bebidas, carnes, produtos de limpeza, itens de higiene e beleza). E este índice atingiu o menor patamar do ano, com alta de 0,63%. Houve queda de preços em produtos básicos como óleo de soja, feijão, arroz, açúcar e nos itens da cesta de hortifrutigranjeiros, entre eles batata, tomate, cebola. Esta cesta foi de R$ 773,44 para R$ 778,32. No ano, a alta é de 11,10%. Veja alguns produtos e preços comparados às cotações de junho:
- Óleo de soja: - 2,41%. É a segunda queda seguida.
- Feijão: - 1,69%
- Açúcar: - 0,60%
- Arroz: - 0,11%, menor variação entre todos os preços. Em 12 meses tem queda acumulada de 5,77%.
Maiores quedas
- Tomate: - 23,68%
- Batata: - 16,62%
- Cebola: - 5,55%
Maiores altas
- Leite em pó: + 5,36%
- Queijo mussarela: + 5,28%
- Queijo prato: + 5,18%
- Sal: + 3,96%
A cesta mais barata apurada pela Abras nas cinco regiões do país foi a do Nordeste: R$ 690,64 em média. A cesta mais cara do país foi a da região Sul: R$ 880,05.