Alta da inflação e do custo de vida leva pais a trocarem filhos de escola
Em dois anos, a rede particular perdeu 10% dos alunos, ou um milhão de estudantes
Luciano Teixeira
A alta da inflação e custo de vida maior tem levado alguns pais a mudar os filhos de escola. Dados do Censo Escolar brasileiro mostram que, em dois anos, a rede particular perdeu 10% dos alunos, ou um milhão de estudantes.
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De acordo com o estudo, a única etapa que registrou aumento de matrículas foi o ensino médio, com alta de 4,1% em dois anos, período em que os alunos se preparam para o vestibular.
Um dos vilões dessa história é a inflação. Agora em 2022, no acumulado dos sete primeiros meses do ano, a alta do chamado ensino regular foi de 7,91%, quase o dobro da inflação brasileira, que foi de 4,77%. Isso gera espaço no mercado para um novo modelo: as escolas que atraem a classe C, com ensino de qualidade e preços mais adequados à realidade.
Quem apostou nesse segmento deu um salto nas matrículas. Em uma rede de escolas da zona sul da capital paulista, a quantidade de alunos subiu de 40 em 2018 pra mais de 4.000 agora em 2022. São famílias atraídas pelas mensalidades abaixo de R% 1.000.
"Fazer educação integral com uma metodologia muito mais contemporânea pelo preço que a gente faz é a fórmula de sucesso que atrai tanta gente", afirma José Aliperti, fundador da escola.
Para esta especialista Claudia Costin, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), mesmo as mensalidades mais baratas ainda podem pesar no bolso. Ela acredita que, neste caso, a aposta em uma escola pública pode ser uma solução.
"É importante lembrar que particularmente, em São Paulo, quintuplicou o número de escolas em tempo integral, também com a proposta bastante contemporânea. Vai levar tempo pra gente deixar o ensino médio do jeito que ele precisa ser, mas houve uma evolução que merece ser comemorada", diz Claudia.
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