Procon-SP aponta diferenças de até 452% para uma mesma tarifa bancária
Entre os principais bancos em atividade no país, maioria aumentou tarifas no último ano; exceção foi a Caixa
Um mesmo serviço bancário prestado por diferentes instituições pode ter diferenças de preço de até 452%. Foi o que apurou pesquisa do Procon-SP junto aos seis maiores bancos em atividade no país. A pesquisa leva em conta dados coletados nos sites dos próprios bancos entre 25 de junho de 2021 e 2 de junho de 2022. Deste grupo, Banco do Brasil, Bradesco, Itaú, Safra e Santander elevaram alguma taxa pelos serviços prestados aos clientes neste período. A exceção foi a Caixa Econômica Federal, que não praticou nenhum aumento.
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Foram comparados os serviços prioritários e os pacotes padronizados oferecidos pelos bancos. Ambos os grupos seguem determinações do Banco Central.
Serviços Prioritários
São aqueles serviços avulsos, que podem ser contratados ou não, e apenas quando o cliente necessitar. São exemplos o fornecimento de 2ª via de cartões de movimentação de conta corrente/poupança que forem perdidos, roubados e etc. Ou ainda a retirada do nome do cliente do Cadastro de Emitentes de Cheques Sem Fundos. A comparação anual entre os custos para execução de serviços desta categoria mostrou que o Banco do Brasil aumentou 21 tarifas. O Bradesco subiu 25 delas; o Itaú elevou 13 tarifas; Safra, 21 delas e o Santander, 25. A Caixa manteve custos sem alteração. Nesta retranca foi apurada a maior diferença entre tarifas de dois bancos distintos para um mesmo atendimento. Para realizar uma transferência entre contas na mesma instituição o cliente paga R$ 6,90 no Banco do Brasil e na Caixa. E paga R$ 1,25 no banco Safra. Diferença de 452%.
Pacotes Padronizados
Estas são as ofertas de serviços aos clientes que só podem ser contratadas em conjunto, igualmente atendendo definições do Banco Central para todos os bancos. Assim, o Pacote Padronizado I, por exemplo, terá os mesmos atendimentos em todos os bancos. O Pacote II, a mesma coisa, e até o Pacote IV. De acordo com a apuração do Procon-SP a maior diferença entre os valores cobrados aos clientes pelos combos aparece no Pacote Padronizado IV: o mais caro é o do Itaú (R$ 50,40) e o mais em conta o do Safra (R$ 35), uma diferença de 44%. Aqui basicamente é a quantidade de vezes em que o cliente usa o serviço que conta. Seis extratos da movimentação da conta em 30 dias. Ou ainda seis transferências entre contas da própria instituição. A maior elevação de preços do conjunto de serviços ocorreu entre os Pacotes III dos vários bancos: de maio/21 para junho/22 alta de 7,52%. Em maio do ano passado, ele saía por R$ 27,28. Em junho agora, R$ 29,33.
Ao bolso do freguês
A pesquisa do Procon-SP aponta dados que permitem ao cliente fazer a melhor escolha entre:
- I - a modalidade de serviços que prefere: eventual ou fixa, na forma de pacote;
- II - valores cobrados pelos diferentes bancos pelos mesmos pacotes, uma vez que obrigatoriamente são definidos pelas mesmas regras do Banco Central;
- III - em último caso, até decidir em qual instituição financeira vai manter sua conta, a depender do que julgar mais vantajoso do ponto de vista da oferta de serviços.
É bom lembrar, ainda, que muitos serviços bancários são considerados essenciais e gratuitos. Vale dar um boa olhada na relação destas ofertas pra que o cliente decida se elas o atendem. E só depois partir para a contratação dos demais serviços disponibilizados pelas instituições. A exposição dos valores cobrados de maneira nítida e pública é exigida pelo Banco Central, e os serviços dos bancos também são abordados pelo Código de Defesa do Consumidor para amparo dos clientes.