Pecuaristas brasileiros tentam evitar sanções da União Europeia
Bloco econômico deve votar, em breve, se cria barreiras a produtos provenientes de regiões desmatadas
Pecuaristas de Mato Grosso querem evitar que a Europa crie sanções à carne brasileira por causa das notícias de desmatamento na Amazônia.
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De 13 a 15 de junho, integrantes do Instituto Mato-Grossense da Carne (Imac) vão se encontrar com representantes dos governos alemão e belga.
O presidente do Imac, Caio Penido, explica que pretendem "abrir um canal de diálogo para evitar problemas por falta de comunicação".
Além de promover uma aproximação, o Imac planeja apresentar um projeto de cooperação técnica e financeira aos parceiros comerciais.
Na questão do desmatamento, os pecuaristas querem demonstrar que não temem os boatos de envolvimento com práticas ilegais. "Vamos sugerir que a União Europeia participe definindo obrigações de monitoramento e fiscalização da cadeia produtiva, sem marginalizar o pequeno e o médio produtor, e estruturar, inclusive, um plano que permitirá a recuperação de áreas", explica Penido.
Atualmente, a União Europeia discute leis de proibição à importação de produtos provenientes de regiões desmatadas. Uma medida geopolítica comum. Porém, "os pecuaristas não vão abrir mão de um ganho certo com a produção em área regular e produtiva por conta de 'argumentos generalistas econômicos'", defende o Imac.
Além de não gerar prejuízos a quem trabalha dentro da legalidade e respeita o planeta, a UE poderia ainda, segundo Penido, incentivar esses pecuaristas por meio "de remuneração pelo serviço ambiental prestado, até de maneira integrada ao mercado de carbono global".
Por fim, ele acredita que a carne brasileira produzida sob preceitos de sustentabilidade deveria ser considerada premium, ter valor agregado, um incentivo para que outros pecuaristas se interessem pelo manejo diferenciado.
Além da reunião, espera-se que o projeto seja levado para análise do conselho de ministros no fim do mês e para o parlamento da UE em julho.