Serviços prestados no Brasil caem 0,2% em fevereiro, diz IBGE
Setor acumula perda de 2% nos dois primeiros meses deste ano
O volume de serviços prestados no Brasil caiu 0,2% no mês de fevereiro, frente a janeiro, na série com ajuste sazonal. Com isso, o setor acumula perda de 2% nos dois primeiros meses deste ano. Os dados foram divulgados nesta 3ª feira (12.abr) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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Segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), apesar da queda, o setor de serviços está 5,4% acima do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia). Por outro lado, encontra-se 7% abaixo de novembro de 2014, quando foi registrado o ponto mais alto da série histórica.
No acumulado do primeiro bimestre deste ano, o volume de serviços mostrou expansão de 8,4% frente a igual período de 2021. Já na comparação com fevereiro do ano passado, o indicador teve alta de 7,4%. Nos últimos doze meses, a alta foi de 13%.
Para o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, os resultados configuram um setor de serviços mais estacionário, mostrando acomodação dos ganhos registrados até agosto de 2021. "Das últimas seis taxas, quatro foram negativas (em agosto, setembro, janeiro e fevereiro) e duas foram positivas (em novembro e dezembro). Ainda que haja um predomínio de taxas negativas, o saldo desses 6 meses ficou em 0,1%, ligeiramente positivo e muito próximo da estabilidade", explica.
O especialista divide o comportamento do setor com a pandemia em quatro momentos: março a maio de 2020 foi de queda acentuada, acumulando perda de 17%; de junho a novembro de 2020 foi de rápida recuperação, com o setor acumulando ganho de 15,6%; já de dezembro de 2020 a agosto de 2021 houve uma desaceleração, mas ainda com crescimento acumulado de 9,7%; e de setembro de 2021 a fevereiro de 2022 o setor mostrou acomodação, variando 0,1% no período.
Atividades
O decréscimo de 0,2% do volume de serviços, de janeiro para fevereiro de 2022, foi acompanhado por apenas duas das cinco atividades investigadas: serviços de informação e comunicação (-1,2%) e outros serviços (-0,9%), que acumularam, respectivamente, perdas de 4,7% e de 1,3% nos dois primeiros meses de 2022.
"O que puxou a queda dessa atividade foram as telecomunicações, que caíram 2,8% em fevereiro. Esse segmento, que é o de maior peso na pesquisa, encontra-se 9,0% abaixo do patamar pré-pandemia", explica Lobo.
No caminho oposto, tiveram alta os setores de transportes (2,0%), serviços profissionais, administrativos e complementares (1,4%) e os prestados às famílias (0,1%), com os dois primeiros registrando o quarto resultado positivo consecutivo.
Regionalmente, 13 das 27 unidades da federação tiveram redução no volume de serviços entre janeiro e fevereiro, com impacto mais importante vindo de São Paulo (-0,5%), seguido por Distrito Federal (-3,4%) e Santa Catarina (-2,0%). Em contrapartida, Minas Gerais (2,0%), Rio de Janeiro (0,8%) e Mato Grosso (6,6%) registraram os principais avanços em termos regionais.