Inflação de março foi "surpresa", diz presidente do Banco Central
Resultado é a maior variação para o mês desde 1994; Campos Neto diz que avaliará disparada dos preços
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O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta 2ª feira (11.abr), que o resultado da inflação de março foi uma "surpresa" para a instituição. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, teve alta de 1,62% no mês.
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Segundo Campos Neto, o número ainda será analisado pelo BC, que comunicará a avaliação sobre a disparada dos preços. "A gente teve um índice mais recente que saiu, que foi uma surpresa. A gente tinha mencionado que estava vendo uma velocidade da passagem do combustível para a bomba um pouco mais rápida, e que esse próximo índice seria um pouco maior e o próximo um pouco menor", disse o presidente da autoridade monetária.
O resultado de março é a maior variação para o mês desde 1994, período antes da implementação do Real, quando o índice foi de 42,75%. Com o resultado, o IPCA acumula alta de 3,20% no ano e, nos últimos 12 meses, de 11,30%, acima dos 10,54% observados nos 12 meses anteriores.
"A gente está analisando essa surpresa, pra ver se muda alguma coisa na tendência", destacou Campos Neto, em evento da Arko e Traders Club. Ele também admitiu que a inflação brasileira está muito elevada. "A realidade é que nossa inflação está muito alta, o núcleo está muito alto", disse.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta em março. A maior variação (3,02%) e o maior impacto (0,65 p.p.) vieram dos Transportes, que aceleraram na comparação com o resultado de fevereiro (0,46%). Vale lembrar que, em 11 de março, a gasolina vendida pela Petrobras às refinarias teve reajuste de 18,77% no preço médio, bem como os valores cobrados pelo etanol (3,02%) e óleo diesel (13,65%).