Copom: guerra na Europa deve aumentar pressões inflacionárias
Banco Central deve elevar novamente a taxa básica de juros (Selic) na próxima reunião
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O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), avaliou, nesta 3ª feira (22.mar), que a intensificação dos conflitos entre Rússia e Ucrânia poderá exacerbar as pressões inflacionárias que já vinham se acumulando, tanto em economias emergentes, quanto em avançadas.
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Segundo ata divulgada, a guerra na Europa e o choque de oferta de preços de commodities -- produtos de origem primária, da agropecuária ou de extração mineral, produzidos em larga escala e destinados ao comércio externo -- levam ao aumento da incerteza em torno do cenário econômico mundial. A maioria das commodities teve avanços relevantes em seus preços desde a última reunião do comitê, em particular as energéticas.
O BC ainda que deve aumentar novamente a taxa básica de juros, a Selic, em um ponto percentual no próximo encontro, previsto para o início de maio. Na última semana, o Copom havia decidido, por unanimidade, elevar a Selic a 11,75% ao ano. Na visão do comitê, a reorganização das cadeias de produção globais devido aos conflitos no Leste Europeu pode ter consequências de longo prazo e se traduzir inflação mais prolongada na produção global de bens.
A taxa básica de juros serve como referência para o retorno dos investimentos. Com o valor em alta, o cenário para investir em renda fixa é o mais propício. Isso porque, ao invés de correr riscos, o investidor terá uma garantia de retorno a médio e longo prazo.
"A inflação ao consumidor segue elevada, com alta disseminada entre vários componentes, e mais persistente que o antecipado. A alta nos preços dos bens industriais não arrefeceu e deve persistir no curto prazo, enquanto a inflação de serviços acelerou ainda mais", diz a ata do Copom.
Ainda de acordo com o comitê, a inflação deve permanecer "acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta", que é de 3,5%, com variação de 1,5 ponto percentual. Ou seja, a expectativa para a inflação se distancia cada vez mais da meta estabelecida pelo Banco Central.
O comitê reconheceu ainda que o cenário é "desafiador para a convergência da inflação às suas metas" e disse que estará pronto para ajustar o tamanho do ciclo de aperto monetário, caso o cenário evolua desfavoravelmente.